O que eu vou tentar escrever hoje não vai fazer sentido pra quem quiser ler.
Meu, nem mesmo pra mim está sendo fácil...
Já ouviu falar daquela história de inconsciente? Pois é... Qndo vc aprende a deixa-lo "falar" por vc, vira uma bagunça... hehehe
Ainda não estou completamente certa do tamanho de tudo isso... Por isto, escrever é minha forma de liberar.
A anorexia, acima de todos os outros transtornos alimentares, devido a seus efeitos físicos: a magreza, aquele controle sobre a comida, as olheiras, aquela força de vontade absurda, é também uma doença L U C R A T I V A... Sim, descobri isso.
Apesar da dificuldade que está sendo admitir isto, agora já tenho uma noção maior do quanto as pessoas (inclusive eu mesma) se apegam a ela.
Os médicos chamam esses lucros de “ganho secundário”, mas eu percebi que não é secundário, não... É uma maneira de ficar “rico” da noite pro dia... “Rico” de maneira figurativa, né? Uma música do Marilyn Manson diz o seguinte: “Te amam quando você é a manchete/ Quando você não é, então eles amam outro”.
Bom, vamos analisar: Visto que a necessidade de atenção, aceitação e a carência que temos (perceba que eu não estou falando em primeira pessoa do singular, porque não me sinto à vontade em expor que isso acontece comigo, né?) é uma coisa absurda de grande e muitas vezes, sequer temos consciência disso, muitas pessoas - eu inclusive - nos escondemos atrás de máscaras para podermos lidar com essas necessidades... (percebe que já me atropelo nas palavras de forma até incoerente?) Uma delas é a Anorexia. Ein??? Sim meus amores, uma "mascara" chamada a n o r e x i a!!!
A nossa (minha) maneira de emagrecer, controlar calorias, não comer em público e tudo mais, é uma clara maneira de lidar com sentimentos que queremos esconder de nós mesmos e que não conseguimos admitir ou mesmo aceitar e que acaba se tornando uma "adoção" inconsciente de uma outra personalidade que soma todas estas características que contei - ou seja - se transformar na doença... ser a doença em pessoa... Eu tenho feito isto ao pé da letra!!... Tenho me afastado das pessoas “reais” por medo de não me aceitarem, ou ainda, de não me amarem. Em contrapartida, arrumei novos amigos “virtuais” - está entre aspas porque tornaram-se amigos mesmo... Eles compartilham dos mesmos dramas que eu e me entendem. Porém, por trás de todo o controle sobre a alimentação e hábitos alimentares estranhos, estou somente escondendo o meu medo de lidar com a rejeição e a auto-rejeição.
Depois do “nascimento” da Aninha_Bly, me senti aconchegada, merecedora de amor por ser alguma coisa, por fazer alguma coisa.
Mas após uma sessão de analise com mtos risos e uma insistência em uma colocação, onde a “Frida” insistiu em me dizer que a anorexia me trazia algo de “bom”, positivo e que ela não conseguia ver o que era, fui “acordada” de forma leve do sonho do que a Aninha é pra mim, pq na verdade ela (a psicóloga) sem duvida já sabia do que era, mas queria que eu descobrisse sozinha, e assim, eu me torturei até descobrir.
Tomei um choque de realidade, pois havia esquecido quem eu era... Ou procurado me evitar mesmo... Não sei ainda... Mas ao lembrar que eu sou a XXX, quis mesmo morrer e acho que foi a primeira vez que mais cheguei perto do suicídio real, de tentar acabar com a vida de uma só vez. Passei um final de semana inteiro trancada, c/ tudo desligado, chorando, num sofrimento dobrado - por lembrar que não sou a Aninha (aquele ser sábio, sensato, filantropo e maravilhoso) e lembrar do lixo absurdo que sou, do quanto me odeio (agora em dobro por não ser a Aninha) e de como me vejo...
Até msmo estes textos, são de autoria da Aninha Bly - aquela que sabe responder, se defender e falar coisas maduras e interessantes, como é ruim ser eu mesma... Como é péssimo lembrar como me odeio na prática. Eu estava olhando pelos olhos da Aninha o que a XXX (Srta. Nada e Estragada) era. Era só uma sombra do que eu passo de verdade e que me esqueci após ser lembrada, procurada e amada por amigos da Aninha, que me fazia sentir segura e forte... Nossa, foi um choque e uma dor tão grande que é dificil descrever...
Odeio ser quem eu sou e não posso ser a Aninha pq ela não existe!
O que me sobra?
Eu tentei por um ponto final no lixo, mas uma boa quantidade de comprimidos não foram suficientes...
E agora estou aqui, EU convivendo c/ a Aninha, c/ a XXX e sei lá mais quem!
Pq?... É lucrativo!
Meu eu sou uma especie de monstro em forma de uma guria simpatica! Sou um monstro, ingrato e gordo.
A XXX não merece viver! Ela é incopetente e fria.
Já a Aninha é sorridente e feliz. Ela tmbém não quer viver... Mas quer morrer aos poucos, unir o útil ao agradavel...
Pois é... Está confuso? Pra mim também...
...
"Todo ponto de interrogação e exclamação tem um ponto final."
Bjkas...
♥
créditos à ana paula! :)