3.10.2009

Um baile à fantasia. Assim é o mundo.




Hoje eu tive que sair novamente de casa. Preciso trabalhar.

Após um domingo inteiro, onde passei embernada dentro do meu quarto, me deliciando em minha fome (e não comi), na segunda-feira, ao acordar e me olhar no espelho me perguntei como seria encarar pessoas na rua? Eu estou me sentindo obesa! Parece que engordei 30 kg. Mas a calça nº 38 serviu. Não entendo mais nada.

Na verdade, isso tem acontecido com freqüência quase diária. Há muito tempo não gosto de sair de casa. Ao menos procuro estar longe do meu convívio. Fico aqui trancada no meu mundinho. Esse aqui é o meu mundo. Eu sempre fui uma pessoa agitada, gostei de sair e até era bem extrovertida (eu acho), mas faz algum tempo que eu tenho odiado sair. Não é medo, não. É vergonha! Pra mim é uma tortura pôr os pés fpra fora. No meu quarto estou segura. Ali ninguém me critica. Ninguém repara. Ninguém fica na expectativa. Ninguém inventa programas de comilança (só de vez enquanto... hahaha).

Outro dia li a seguinte história: “uma garotinha estava visitando seus avós”. De noite, quando a avó a estava fazendo dormir, ela de repente começou a chorar e a gritar: 'Eu quero ir pra casa. Estou com medo do escuro. '. Mas a avó disse: 'Eu sei muito bem que em sua casa você também dorme no escuro; eu nunca via a luz acesa. Então por que você está com medo aqui? ' A menina disse: 'Sim, é verdade - mas aquela é a minha escuridão. Esta escuridão é completamente desconhecida. ’ Pra mim é a mesma coisa. Eu não sei se sou complicada demais ou estou com mania de perseguição. E se for pra eliminar as duas questões, sobra aquela da qual tem martelado minhas idéias - gosto de sofrer. Cada vez que saio na rua acho que todos estão olhando pra mim de maneira estranha. Claro que tento disfarçar, mas a minha máscara não funciona mais. Aliás, era aí que eu queria chegar - na máscara. Muitas pessoas já comentaram comigo sobre isso. Sobre essa máscara que temos que usar pra viver e pra poder lidar com os outros.

As pessoas esperam um comportamento nosso conforme o local e a situação em que nos encontramos. É simples. Veja só: Se vc está numa fila de banco, esperam que vc tenha paciência. Se está em amigos, esperam que esteja alegre. Se você estiver em um velório, é claro que não pode rir. Se estiver num restaurante, esperam que vc vá comer. A lógica é clara. O que conceituaram, é óbvio. É tão óbvio, que eu quis, por vontade própria, sabendo que eu iria sofrer, usar máscaras.

Porém, por alguma razão, há muito tempo que não gosto mais da minha máscara. Em algum momento da minha vida, a máscara começou a não me servir mais. Ela foi se “densificando” e começou a ficar pesada demais pra carregar. De repente, ela virou exatamente o contrário do que eu sou de verdade. Lembro do filme “O que as mulheres querem” com o Mel Gibson, que no final ele fica com a personagem da Helen Hunt porque ela era ela mesma, falava o que pensava, não fazia o papel de nada. Ela não usava nenhuma máscara. Eu cheguei à conclusão que a minha máscara não cola mais. Parece que ninguém mais acredita no meu sorriso, ou melhor, na minha máscara. Mas eu só precisava dela porque eu tinha que ser a pessoa queriam que eu fosse. Mas é difícil. Principalmente porque eu não gosto de ser “falseta” assim. Mas sou gata escaldada. Já me machuquei muito acreditando que a máscara que algumas pessoas usavam eram as verdadeiras pessoas, sabe? Acreditei que algumas pessoas se interessavam por mim de verdade, e me mostrei sem máscara pra elas. Abri me coração, confessei, chorei, rimos e até ironizamos o podre do meu eu. Mas elas estavam mascaradas. E me senti uma idiota ao perceber que elas não eram nada daquilo. Mas eu tinha mostrado meu coração, meu rosto limpo pra elas... E elas pisaram. Claro que eu tinha expectativas, então é claro que a culpa é minha. Fui ingênua. E o pior, achando que não era. Agora, porém, acho que ninguém mais me conhece por inteiro Ou melhor, minha analista conhece. Acho que não por inteira, mas sabe mais do que outros sonham. Porém, como uma amiga diz, tenho que saber e pôr em minha mente que ela é exatamente isto: Analista.

Ou seja, agora outra pessoa ou sabe da minha vida ou conhece o meu rosto. Os dois ao mesmo tempo, não. Mas acho isso um absurdo.

A minha máscara? Vou ter que moldar tudo de novo. Aquela estragou. E sem ela, só saio na rua por obrigação. Estragou e colou no meu rosto. Agora me perdi em mim mesma... Não sei mais quem eu sou... Tô tentando separar o joio do trigo. E também tenho que escolher quem eu quero ser de agora em diante. Não quero que a máscara velha e estragada domine, mas preciso de uma parte dela pra me proteger das mágoas.

O grande filósofo Nietzsche escreveu assim: “a loucura não passa de uma máscara que esconde alguma coisa”. Aí é que tá... A minha loucura é a máscara que esconde a máscara que não quero usar... Por isso que eu tô aqui isolada. Não é só porque sou feia por baixo dela, mas sim porque não quero arranhar mais meu “rosto”.

Por que eu dei essa volta toda? Porque é um absurdo eu ficar tentando me reinventar pra acreditarem que sou quem eu não sou. E pior ainda, tô nessa porque não sei mais quem sou. Tenho medo de me mostrar de verdade e me machucar, mas não quero ser quem eu era, ou quem eu inventei ser... E detestei... Porém, não dá pra ser o que sou. O que me impede de pedir um abraço, de chorar sem medo? O sorriso me impede. A falta de um colo confiavel me impede. Ao menos no meu quarto, não me encontro nesta hipocrisia toda. Aqui fora sou uma falsa. Suja. Errada. Nojenta. Uma fingida, que além de tudo, sente dor porque gosta de sofrer...


....


bjkas!

créditos essenciais à Ana Paula!


3 comentários:

  1. amiga, deixa a mascara e vem pra ca.
    a gente promete te fazer feliz e aqui nao precisa de sorriso facil e nem exige-se perfeiçao.
    vc é uma ana e ana é forte.
    vamo consegui.
    vc é a mulher que eu aprendi a admirar.
    july.

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  2. Linda jah comentei aqui com meu fake mas hj eu vim no anonimo falar com vc pq precisava de alguem pra falar e escolhi vc...Nem te coonheço mas as vezes os desconhecidos saum melhores q os amigos. Não sou ana nem mia mas seu blog diz tantas verdades pra mim.
    Linda,hj terminei com meu namorado ai tava aqui triste e resolvi vir no seu blog e quando li a parte q vc se mostrou sem mascara e as pessoas pisaram em vc despenquei a chorar pois meu namorado dizai q me amava mas sem nenhum motivo ele termina comigo e depois disse q nem gostava mais de mim...Cheguei a conclusaum q o amor deloe era uma mascara uma mascara falsa q ele usava pra lhe dar comigo e eu boba mostrando quem eu era de verdade ele me enganado mas agora naum sei se posso mais acreditar nas pessoas estou com medo de amar,de sorrir,de mostrar e tudo acontecer denovo...Quero morrer... Achoq estou jme desfarelando por dentro ate uma hr q naum vai sobrar mais nada... eu precisava falar tudinhu istu.
    vc me ajuda muitu
    BLOG LINDO BJInhuss

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  3. Nossa, eu achei seu blog hoje enquanto passeava por alguns perfis do orkut.. me identifiquei tanto com tantas coisas! O.O
    O engraçado é que tenho uma doença contrária (será que posso dizer assim?) a sua..Estou obesa.:/ O engraçado é que mesmo estando com algo bem diferente do seu por um lado, eu fui lendo o que você escreveu e era praticamente como ler minha mente.
    Lendo este post especificamente, me identifiquei ainda mais! Também me sinto sozinha, tenho vergonha do mundo todo lá fora, me perdi em mim mesma e não sei mais direito quem eu sou.
    Não sei se a gente pode se ajudar tendo esses problemas opostos.. mas acho que pelo simples fato de te entender tanto, vc talvez possa me entender também.. Se quiser conversar: pankeka1@hotmail.com Eu gostaria muito.
    E tenha muita força! Sempre! Não desista de você pelos outros.

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