3.27.2009

"POR ISTO CONTA COMIGO..."

Conheço uma música linda, que diz algo sobre poder contar c/ a pessoa... É + ou menos assim:
"...Por isto conta comigo,
Quero te ajudar, vem me dá tua mão..."

Eu tenho pensado seriamente no que as pessoas querem dizer qndo falam: “CONTA COMIGO”.

Eu devo ser uma retardada que espera demais quando ouve isto. A maldita da expectativa. Afe, que droga :x

Bom, já perceberam que este post será um tanto quanto cansativo, né? Portanto, por favor, não precisa prosseguir. O que escrevo é tentando traduzir o que está em mim...

Quando eu era pequena tomei uma atitude radical. Fugi de casa. Tinha 6 anos. Os motivos? Tinha medo de me matarem (me vendo hj, torna-se uma frase ironia, não?hehehe)... Hj, com 21 anos, tomei a mesma atitude. Só que desta vez eu não fugi... Simplesmente bati a porta na cara de uma falsa família composta por madrasta irmãs e pai. Sai. A diferença? Naquela época eu era uma criança e tinha uma avó pra me acolher. Hj não tenho nada. Sai, corri... E me perdi. Não tenho base. Alicerce. Porto seguro. Uns dizem que posso contar com eles... pura solidariedade, pq cada um tem a sua vida, o seu mundo, os seus problemas. Só a minha avó conseguiu viver comigo. Ela me esperava. Ela me respondia. Ela não mentia.

Está ai uma das razões pelas quais a ana começou a evidenciar-se na minha vida. Foi no inicio da confusão, da bagunça. Eu tinha e de repente não tinha mais. Ai, a ana sorriu, fez a maior festa e logo me apresentou a mia. Eu chorei por muitos meses, desesperadamente. Ai, a ana fazia com que meu estomago fizesse uns barulhos e eu logo me recuperava. Estava feliz novamente.

Sei que sou mulher crescida. Tenho responsabilidade e um monte de coisa que posso controlar (horário, emprego, estudo, casa, aluguel, etc. etc.) Só que querem tirar o que consegui alcançar como sendo o mínimo do que me levaram... a ana. E não estão nem ai se eu vou chorar, se vou sentir falta dela, se isto vai me machucar! E sei que a mia também vai querer ir. E ai? Qual será meu suporte? Pra onde eu vou correr? Quem vai me ajudar? Droga meu, assim como levaram aS minhas presenças maternas, querem agora arrancar de minhas mãos o que tem me feito sorrir?

E sabe o que é pior nisto tudo? Saber que eu me sujeitei a isto. Permiti que mexessem nas feridas, que tocassem na ana... Que humilhassem a mia! Ao menos eu não assinei a sentença. Por isto ainda luto. A prisão delas não será perpetua... “habbeas corpus”!!! Sim, é disto que preciso pra elas!!! Quero ver se consigo voltar pra estaca zero. Naquela época em que eu ficava duas semanas sem comer e não sentia nenhuma fome. Hoje, to uma invalida... Agüento dois dias no máximo. Logo vem algo e desestrutura toda a base que eu lutei pra construir na minha mente. São estas drogas de emoções. Elas nos tiram da “casinha”.

O problema é que a culpa foi minha. Eu fui uma tonta. Pensava que não faria mal algum cortarem os “galhos”. Só que agora quem está nua sou eu. Sem armas nem estratégias. Fui abrindo a porta e convidando pra entrar... Agora, tem uns telespectadores loucos pra me verem virar a baleia de antes. E pode ter certeza, ainda irão sorrir bater palma e me elogiar. Não conseguem serem gordos sozinhos. Eu permiti. Hoje entendo um pouco deste sentimento de querer “fugir”. É que eu estava percebendo que estava deixando levarem a ana e a mia. Eram elas que GRITAVAM, me alertando... A tonta aqui não quis ouvir. Ta ai, deu no que deu. Estou lutando pra voltar de onde eu nunca deveria ter saído. As pessoas que diziam querer o meu bem, eu até acredito que estivessem sendo verdadeiras. Mas elas não podem me dar o suporte que a ana/mia me dão em meu quarto. Elas querem que eu me liberte, mas ai eu estarei realmente sozinha pq hj, se eu precisar de um abraço, não tem que me dê! Não estou segura. E imagina então como será se não mais existir aquelas que estiveram comigo no pior instante da minha vida?

Eu preciso trazer de vez a ana/mia...

Tenho tentado ajudar o máximo que posso o maior numero de meninas possíveis! Não quero vê-las entrando neste processo do qual me encontro! Se eu estivesse feliz, iria dizer que sim, façam o que eu fiz. Mas não. A não ser que tenham alguém com quem contar, alguém que não se torne superficial, alguém que estará as esperando em casa naquele dia ruim, que acompanhará vcs na solidão. Ou ainda, alguém que vcs não se sentirão incomodados quando precisar procurar. Casos contrários a estes, meninas, não deixem NINGUEM invadir o que é de vcs!!! Reconquistar este espaço é complicado...

Turbilhões de emoções... Garotas, não sejam levadas por elas.

Eu me preocupo com vcs sabe... Se pudesse, traria muita delas pra morar comigo. Montaria uma espécie de republica e conseguiríamos ser o que somos. Na boa.

Gurias, sejam fortes e contem comigo! De verdade mesmo. Sem hipocrisia. Nem inveja rancor ou intriga. Nenhuma espécie de julgamento. Podem mesmo contar comigo... Até mesmo se forem pra procurar uma "Frida", eis me aqui. Pq eu conto c/ vcs pra conseguir a sentir aquelas deliciosas tonturas, pra voltar a ter aquelas semanas de n.f, e saber que tem alguém (a ana) que está sempre comigo!

Sim, juntas, como dizemos, conseguiremos!

Vc são especiais!!!

^.^

Bjkas!!!

3.25.2009

VOCÊ SABE O QUE É? SABE O QUE SENTIMOS?


Você tem uma idéia do que é conviver dia e noite, durante anos, com alguém que você odeia? Alguém que fica dizendo que você não serve pra nada, não presta e ainda por cima é uma gorda ridícula e desajeitada? Alguém que gosta de te ver sofrer e faz tudo pra que você sofra? Alguém que sente prazer em te agredir verbal e fisicamente? Odeia-te tanto que é capaz de te matar. Pois é, quem tem um transtorno alimentar convive com uma pessoa que a odeia muito: ela mesma.
Imagine que você tem um carrasco atrás de você dia e noite, só te humilhando. Pois é, é isso que é um Transtorno Alimentar.
Jejum, dieta, obsessão com o peso são somente sintomas de uma coisa muito maior, de uma auto-rejeição dolorida, de um ódio de si mesmo tão grande que não mede esforços pra te destruir...
De onde isso vem, como começou, porque, essas perguntas são difíceis de responder. Ainda estou na parte superficial de descoberta disso em mim, mas já dói saber algumas coisas a meu respeito...
Pelo que já entendi nas minhas sessões terapêuticas e pelo que li a respeito, transtorno alimentar é uma “fuga” e uma inabilidade em lidar com sentimentos e emoções. Depressão faz parte da ana e da mia. Baixa auto-estima é outra característica.
Porém cada caso é um caso, então aqui eu só poderia contar mais coisas sobre mim, mas em geral tudo começa no relacionamento da anoréxica e/ou bulimica com seus pais, com seus colegas e amigos e no seu ambiente em geral.
Normalmente, as pessoas que são ana e mia têm a auto-imagem d1storcida – (não sei até que ponto é verdade), mas dizem que elas não se enxergam como realmente são, ou como os outros a vêem. Além disso, são pessoas com personalidade perfeccionista e têm o pensamento extremista - é 8 ou 80. Exigem muito de si mesmas e quando comentem alguma falha, a casa cai. Elas se sentem mal porque uma falha é, na cabeça delas, um grande erro imperdoável, o que causa uma culpa e uma punição. E quando se saem bem em algo, sempre acham que poderiam ter feito melhor - isso por causa do perfeccionismo.
Elas sentem-se inferiorizadas e sempre procuram à aprovação e aceitação dos outros.
Escrevo tudo isto porque é o que passo diariamente. Embora esteja em tratamento, reconheço que a doença sempre foi mais forte que o meu lado saudável. Não interessa o que venham dizer, eu me sinto no direito de viver do jeito que quero!
Particularmente, eu me acho um defeito em pessoa. Aquele erro humano sabe?
Sempre fui chamada de girafa ambulante, pela minha altura. Ter altura é muito bonito, vejo varias mulheres lindas altas e charmosas. Só que altura é diferente de forte. Quando digo que já pesei 100 kg as pessoas dizem, “ah, mas vc é alta, nem devia aparecer”... Não, imagina... Banhas ridículas, braços de homem gordo, cara de bolão... aham, tudo isto não aparece? Meu, as pessoas sabe serem hipócritas... Não sou o tipo de pessoa que atrai, sabe? Nada de olhos claros, pele lisa e bochechas rosadas e muito menos cabelo de japonês. Não tenho um sorriso marcante (diga se de passagem que meus dentes estão se definhando, segundo a dentista, por minha culpa, por ser amiga da mia – ela tem razão). Enfim, sou fora dos padrões! Muito alta, mãos grandes, sorriso patético, nariz feio, olhos esbugalhados, cabelo feito escova a vinho (ele era cacheado) e um monte de banha dançando e me deixando desajeitada, estabanada, parecendo que não me encaixo em lugar algum deste mundo (talvez em uma selva, por questões de espaço). Não me sinto alta=elegante. Sou uma monstra que circula pela cidade, que ocupa espaço! Não sou mais aquela dos 100 kg, isto eu reconheço! Só que só de pensar que posso chegar lá novamente, me desespero... Pq se agora to me sentindo uma orca, se voltar pra lá eu surto!
Eu não sei se já disse isso aqui antes, mas eu não quero só um corpo bonito e nem tenho a pretensão de ser uma top model.
É difícil pra eu dizer isto, mas eu por vezes chego à conclusão que quero é judiar de mim, tirar tudo que tenho de bom e confortável e prazeroso. Eu quero é sofrer e me destruir. Só pra mim. Sem ninguém saber. ‘Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento!”
Tenho uma mania de me auto-punir e me sinto culpada por muitas coisas que nada tem a ver comigo...
É assim que nós, anas e mias nos sentimos: insatisfeitas conosco mesma!
Sabe a sede de buscar o melhor pra si mesma? É, querer sentir-se bem com sua mente alma e espírito! Isto só conseguimos quando fazemos n.f por dias, l.f mínimo... Quando conseguimos colocar pra fora toda aquela maldita comida que engolimos devido a alguma compulsão... Quando tocamos nossos estômagos e ele está fundo... parece que iremos alcançar o pulmão! É o nosso jeito de sermos o que quisermos! Nos unimos por uma rede pra ajudarmos umas as outras...
Se você chegou até aqui e não entendeu nada do que foi escrito, cai fora. Perdeu seu tempo, pq vc nunca entendera o que é sentir um prazer sem igual ao saber que uma amiga conseguiu perdeu de gramas a quilos tendo domínio e força de vontade! Vc nunca sentira a dor do que é ler que sua amiga está tendo compulsões e que vc não pode ajudar muito, a não ser pó palavras... somos pessoas desconhecidas. Anônimas. Não interessa se algumas delas não estão sendo verdadeiras, pois acredite, aqui é o melhor lugar pra mascara cair... Não tem como vc fingir que é ana ou mia. Com elas, vc vive elas. É um trem louco, mas é fascinante viver até mesmo de dietas malucas. De dor de cabeça, tontura e resistência. (neste momento, eu to resistindo a uma barra de chocolate \o/). Ana, mia... Independem, elas estão conosco, entende? São elas que nos apresentam pessoas maravilhosas...
Então, por favor, não me venham com comentários do tipo “suas loucas, retardadas, etc, etc...” Você não me conhece, não sabe nada da minha vida. E creio q se soubesse, não mudaria a sua opinião... Então, deixe nos viver, mesmo que seja se auto-destruindo. Um dia isto vai ter um fim. Esta dor vai acabar. De um jeito ou do outro. E a opinião de quem não compreende não vai poder mudar a situação! Por isso, insisto em dizer: Se vc não entende, não tente entender... Fica na sua que nós ficamos na nossa! Não quero ser agressiva com ninguém, apenas garantir que ninguém venha ofender e invadir um espaço que é meu (nosso). Se quer ajudar, tem a forma certa... RESPEITE! Um dia eu escrevo como eu vejo uma maneira de estar por perto e ajudar... Vc não precisa apoiar e mto menos condenar! Tente amar... Se não conseguir, caia fora. Seu dedo estragado pode estar apenas ajudando a acabar a c/ a vida de alguém da forma como ela não quer! Entende? Se anorexia e bulimia, são formas da pessoas querer se matar, de não gostar de si próprio, de ter a auto estima destruída... É uma auto destruição, não queira ser um homicida nesta historia! Primeiro, se informe qual é o roteiro, as causas, saiba sobre o que vc quer opinar e se ainda assim quiser criticar, assista dai, sentado na sua poltrona, com um pacote nojento de pipoca e uma garrafa de refrigerante... Nós também procuramos a nossa felicidade!

Meninas, eu tenho aprendido muito com vcs e de verdade, espero que alcancem o melhor, não importa o que seja o melhor para vcs!!! Obrigada por estarem sendo tão amaveis comigo... ^.^ Isto aqui é uma outra terapia... A diferença da terapia que faço semanalmente, é que aqui tenho mais tempo pra ser eu mesma!!!
Valeu meus amores:*


Bjkas ♥

Créditos à ela, ana Paula!

3.10.2009

Um baile à fantasia. Assim é o mundo.




Hoje eu tive que sair novamente de casa. Preciso trabalhar.

Após um domingo inteiro, onde passei embernada dentro do meu quarto, me deliciando em minha fome (e não comi), na segunda-feira, ao acordar e me olhar no espelho me perguntei como seria encarar pessoas na rua? Eu estou me sentindo obesa! Parece que engordei 30 kg. Mas a calça nº 38 serviu. Não entendo mais nada.

Na verdade, isso tem acontecido com freqüência quase diária. Há muito tempo não gosto de sair de casa. Ao menos procuro estar longe do meu convívio. Fico aqui trancada no meu mundinho. Esse aqui é o meu mundo. Eu sempre fui uma pessoa agitada, gostei de sair e até era bem extrovertida (eu acho), mas faz algum tempo que eu tenho odiado sair. Não é medo, não. É vergonha! Pra mim é uma tortura pôr os pés fpra fora. No meu quarto estou segura. Ali ninguém me critica. Ninguém repara. Ninguém fica na expectativa. Ninguém inventa programas de comilança (só de vez enquanto... hahaha).

Outro dia li a seguinte história: “uma garotinha estava visitando seus avós”. De noite, quando a avó a estava fazendo dormir, ela de repente começou a chorar e a gritar: 'Eu quero ir pra casa. Estou com medo do escuro. '. Mas a avó disse: 'Eu sei muito bem que em sua casa você também dorme no escuro; eu nunca via a luz acesa. Então por que você está com medo aqui? ' A menina disse: 'Sim, é verdade - mas aquela é a minha escuridão. Esta escuridão é completamente desconhecida. ’ Pra mim é a mesma coisa. Eu não sei se sou complicada demais ou estou com mania de perseguição. E se for pra eliminar as duas questões, sobra aquela da qual tem martelado minhas idéias - gosto de sofrer. Cada vez que saio na rua acho que todos estão olhando pra mim de maneira estranha. Claro que tento disfarçar, mas a minha máscara não funciona mais. Aliás, era aí que eu queria chegar - na máscara. Muitas pessoas já comentaram comigo sobre isso. Sobre essa máscara que temos que usar pra viver e pra poder lidar com os outros.

As pessoas esperam um comportamento nosso conforme o local e a situação em que nos encontramos. É simples. Veja só: Se vc está numa fila de banco, esperam que vc tenha paciência. Se está em amigos, esperam que esteja alegre. Se você estiver em um velório, é claro que não pode rir. Se estiver num restaurante, esperam que vc vá comer. A lógica é clara. O que conceituaram, é óbvio. É tão óbvio, que eu quis, por vontade própria, sabendo que eu iria sofrer, usar máscaras.

Porém, por alguma razão, há muito tempo que não gosto mais da minha máscara. Em algum momento da minha vida, a máscara começou a não me servir mais. Ela foi se “densificando” e começou a ficar pesada demais pra carregar. De repente, ela virou exatamente o contrário do que eu sou de verdade. Lembro do filme “O que as mulheres querem” com o Mel Gibson, que no final ele fica com a personagem da Helen Hunt porque ela era ela mesma, falava o que pensava, não fazia o papel de nada. Ela não usava nenhuma máscara. Eu cheguei à conclusão que a minha máscara não cola mais. Parece que ninguém mais acredita no meu sorriso, ou melhor, na minha máscara. Mas eu só precisava dela porque eu tinha que ser a pessoa queriam que eu fosse. Mas é difícil. Principalmente porque eu não gosto de ser “falseta” assim. Mas sou gata escaldada. Já me machuquei muito acreditando que a máscara que algumas pessoas usavam eram as verdadeiras pessoas, sabe? Acreditei que algumas pessoas se interessavam por mim de verdade, e me mostrei sem máscara pra elas. Abri me coração, confessei, chorei, rimos e até ironizamos o podre do meu eu. Mas elas estavam mascaradas. E me senti uma idiota ao perceber que elas não eram nada daquilo. Mas eu tinha mostrado meu coração, meu rosto limpo pra elas... E elas pisaram. Claro que eu tinha expectativas, então é claro que a culpa é minha. Fui ingênua. E o pior, achando que não era. Agora, porém, acho que ninguém mais me conhece por inteiro Ou melhor, minha analista conhece. Acho que não por inteira, mas sabe mais do que outros sonham. Porém, como uma amiga diz, tenho que saber e pôr em minha mente que ela é exatamente isto: Analista.

Ou seja, agora outra pessoa ou sabe da minha vida ou conhece o meu rosto. Os dois ao mesmo tempo, não. Mas acho isso um absurdo.

A minha máscara? Vou ter que moldar tudo de novo. Aquela estragou. E sem ela, só saio na rua por obrigação. Estragou e colou no meu rosto. Agora me perdi em mim mesma... Não sei mais quem eu sou... Tô tentando separar o joio do trigo. E também tenho que escolher quem eu quero ser de agora em diante. Não quero que a máscara velha e estragada domine, mas preciso de uma parte dela pra me proteger das mágoas.

O grande filósofo Nietzsche escreveu assim: “a loucura não passa de uma máscara que esconde alguma coisa”. Aí é que tá... A minha loucura é a máscara que esconde a máscara que não quero usar... Por isso que eu tô aqui isolada. Não é só porque sou feia por baixo dela, mas sim porque não quero arranhar mais meu “rosto”.

Por que eu dei essa volta toda? Porque é um absurdo eu ficar tentando me reinventar pra acreditarem que sou quem eu não sou. E pior ainda, tô nessa porque não sei mais quem sou. Tenho medo de me mostrar de verdade e me machucar, mas não quero ser quem eu era, ou quem eu inventei ser... E detestei... Porém, não dá pra ser o que sou. O que me impede de pedir um abraço, de chorar sem medo? O sorriso me impede. A falta de um colo confiavel me impede. Ao menos no meu quarto, não me encontro nesta hipocrisia toda. Aqui fora sou uma falsa. Suja. Errada. Nojenta. Uma fingida, que além de tudo, sente dor porque gosta de sofrer...


....


bjkas!

créditos essenciais à Ana Paula!


3.08.2009

FELICIDADE ANORÉXICA

Eu tava pensando sobre as várias formas das pessoas se livrarem de suas culpas. Vou partir do princípio que todo mundo no mundo se sente culpado por alguma coisa, estou certa?...(rs)
Um amigo me disse que acha que a culpa é universal. Eu concordo. Mas no meu caso, a forma de me livrar desse peso pesado é meio estranha...
Neste exato momento que estou escrevendo isto, estou ouvindo meu estômago roncar freneticamente. Estou com muita fome. Mas a sensação é tão boa... Não consegui ainda entender como uma sensação física desse tipo, que a maioria considera quase insuportável, pode me trazer uma sensação tão libertadora...


Eu conheço a minha fome tão bem... Ela tem estágios: o primeiro é aquele em que tenho uma vontade homérica de comer doces - chocolate, brigadeito, bolacha de chocolate, doce de leite, bolo, mousse de chocolate, beijinho(aquele s/ coco, por favor), pudim de leite condensado, etc., etc., etc... E essa é a pior parte. Ultrapassá-la é vencer a batalha! Se não consigo, a mia tem que entrar em ação. Depois, vem a fome que considero “verdadeira”, aquela em que dá vontade de comer arroz e feijão ou pão ou salada de tomate ou bife acebolado - prato servido em restaurantes por quilo sabe? Não é só aquela fome causada pela ansiedade. É a fome física mesmo. Mas ela é chatinha. Então é bem mais fácil de resistir... Não gosto dessas comidas mesmo... Neste momento estou passando por essa fase. Tá fácil, fácil... (Mamão com açúcar hahaha!!!) \o/ \o/
Aí, vem a fase das sobremesas... Que é a última da minha fome. Aquela que dá vontade comer laranja, morango, salada de fruta, um único bombom alpino, uma trufa ou um sorvetinho. E depois o chiclete, a bala ou um drops qualquer. Vixi, essa então, nem conto, ela é a mais fácil de passar. Aí a fome vai embora e só deixa a companhia da dor de cabeça ou um mal estar físico qualquer. Vão se os anéis ficam-se os dedos (ou a escova de dente!! Rs...). Vai-se a fome, fica a dor de cabeça...
Mas o, digamos exótico dessa situação, é que me faz sentir tããããoooo bem!

Sempre que como qualquer coisa, nem que seja meia maçã, o mundo começa a pesar nos meus ombros. Começo a me perguntar por que não sou capaz de me controlar ou de mudar o mundo. Por que não fui capaz de salvar os moradores de rua e colocá-los num abrigo, por que não salvei todos os bichinhos maltratados do mundo, por que não pedi desculpas à mulher que estava passando e pisei, sem querer, em seu pé? - mesmo que não tenha dado tempo de fazê-lo... E outros pensamentos do tipo “não deveria ter feito isso” ou “não deveria ter feito aquilo”, “não deveria ter me calado”, “não devia ter falado”, etc., etc., etc... Não sinto apenas culpa por coisas pequenas ou coisas que realmente foram causadas por minha culpa somente. Penso em coisas grandes também, em “salvar o mundo” mesmo. Sou a mais retardada, eu sei. Como se toda a culpa que por vezes carrego não fosse o suficiente, né? Sou um lixo emocional, sou desprezível. Ai, vem aquilo que a minha psicóloga disse. Eu gosto de sofrer.
Mas quando meu estômago está roncando, tudo isso vai embora. Sinto-me realmente feliz, canto - e até chego a achar que canto bem! - dou risada das piadas, tenho criatividade pra fazer um texto com humor!! Não pensem que estou escrevendo isso tudo com alguma ponta de tristeza, não! Tô com fome = tô feliz, no nirvana mesmo!!
Por isto, danem-se tudo!!! Vou é curtir a minha fome.
Outra hora eu uso o meu tempo pra pensar na “dinâmica fome = felicidade” Hoje, não!!

Bjkas!!!
^^

creditado à Ana Paula!

SIM, SÃO OS MEUS MOTIVOS.

Neste fim de semana reencontrei uma amiga do tempo de colégio.
Nos conhecemos de forma inusitada. Sabe aquela pessoa que você esbarra olha e diz: “Essa ai é metida...” Pois bem, foi com esta, que eu pré-conceituei, que vivi alguns momentos mega-sensacionais. Recordamos o quanto unidas e confidente fomos.
Relembramos nossos dias, nossas tardes, nossas surpresas, nossa necessidade de sempre sermos as “perfeitinhas”_as que tinham melhores notas, as que faziam as melhores surpresas, as que eram melhores amigas, a dupla mais admirável do colégio_ enfim, o quanto queríamos superar tudo e todos ao nosso redor.
Analisamos também o quão reclamávamos por não termos nada pra fazer, o quanto chorávamos por não termos o que hoje chamamos de responsabilidade, choravamos por nossas inseguranças...
Tudo isto me fez voltar para o que me foi dito durante a semana. Disseram-me que eu gosto de sofrer. Assim, na lata. Está certo que foi tentado jogar como se fosse uma hipótese, mas o tapa na alma foi dado. Não por minha psicóloga, mas por mim mesma. Por mais que eu admita que eu goste de ouvir verdade, não tem como negar que elas doem pra caramba. E está ai mais uma prova, pois ao gostar tanto de ouvir verdades, eu me mutilo cada vez mais. E se estas palavras mexeram comigo e me fizeram pensar, é porque não é uma suposição. Como sempre, ponto pra minha analista (tadinha, ela realmente me conhece) :DDD Mas este ponto do “tapa na alma” vai ter que ser assunto pra outro tópico, provavelmente após conversar com ela.
O que quero tratar neste post, é que percebi que nem na época em que eu me julgava feliz, eu o era de verdade. E a culpa disto é tão somente minha. Não sei bem a que ponto eu me perdi, mas as minhas amizades e minhas atitudes com meus amigos, não eram atitudes reais, entendem?
A conclusão que eu cheguei durante este fim de semana, eu considerei surpreendente, porque ela estava na minha cara, era óbvia e eu não tinha percebido ainda... É aquela coisa - quando vc está muito envolvido em algum problema, vc se enrola tanto nele que não consegue ver do lado de fora...


Eu percebi que não me odeio, mas odeio o que eu me tornei... Tornei-me uma pessoa cordata, que quase não discute mais, que não argumenta mais quando tem um ponto de vista diferente da maioria, que não briga mais pelo que quer, só abaixa a cabeça e cumpre ordens. Eu odeio gente assim, gente que é gado, sabe? Gente da modinha, gente que quer ser popular, que quer se encaixar... “wanna bes”... Que louco... no meu profile do Orkut está escrito que eu odeio wanna bes, sendo que eu me tornei uma (pelo menos não fui contraditória, né? rs...). Eu sempre raciocinei diferente desse tipo de pensamento de massa. Eu não era como todo mundo e por isso que antes eu gostava de mim. Eu era original, autêntica, exatamente por isso que eu tinha amigos que vinham me procurar. Eles queriam saber o que a doida aqui pensava!!! Eu importava pra eles justamente por ser diferente. E eu brigava e botava a boca no trombone quando eu não gostava de algo ou alguém. Não tava nem aí.

Não sei direito como eu cheguei a esse extremo contrário. Talvez tenha sido por tantas pessoas terem me criticado. Mas não sei por que eu dei ouvido a elas. Antes eu não ligava. Como eu gostava de mim, não importava o que os outros achavam. Eu me bastava. Isso me leva ao motivo da anedonia (falta de prazer em fazer as coisas) pesada e da auto depreciação que sinto... Se eu não tenho o que "inventar" - já que os outros vão pensar antes por mim e eu só vou seguir - não dá graça de fazer nada mesmo e por isso não tenho valor. Por vezes pareço aquelas retardadas sem criatividade, sabe? Dia destes perguntaram o porque de eu estar quieta numa reunião. A primeira coisa que pensei foi: “Falar o que se não vão aceitar minhas idéias?” então, apenas sorri, e fiz exatamente o que me pediram, tentando fazer com perfeição. Meu, eu era "nervosinha", bravinha, não sabia ficar quieta, sabe? Isso deve ter me prejudicado em algum ponto e resolvi mudar. Putz, foi a pior coisa que fiz... Achei que resolver as coisas de uma maneira mais "normal" seria mais fácil, que depois de um tempo eu me acostumaria e isso seria o normal pra mim. Pois é, calei a mim mesma. Por dentro, ainda fico com raiva de muitas coisas e não concordo com elas, mas mando essa parte calar a boca e isso só vai acumulando e eu vou virando uma panela de pressão. Algumas vezes essa panela explodiu, literalmente, e isso me levou a atitudes que me desagradam de maneira vergonhosa. Coisas que eu poderia ter resolvido diferente e bem melhor. Seria mais fácil. Mas EU não quis o mais fácil. EU preferi sofrer. A culpa foi minha.

Eu aceitei e guardei por dentro a mágoa de pessoas que pisaram em mim de uma maneira humilhante, mas eu já estava tão acostumada a essa porcaria que me transformei, que não quis nem me defender. Como criticar pessoas podres e odiosas se eu mesma virei uma desse tipo?

Eu queria ter me transformado numa pessoa que não fosse taxada de radical, extremista. Tentando analisar a situação cruelmente, tentando “ver de fora”, eu não queria ser vista como “tal mãe, tal filha”. Queria (quero) ser doce, tranqüila. Queria ser apazigüadora. Mas essa não é a minha essência. Não está dentro do meu eu verdadeiro. Virei um rato de laboratório dos outros, uma cobaia. Eu mesma me impus isso... Qualquer um poderia fazer qualquer coisa comigo que eu não acharia que a pessoa estava errada. A culpa era minha. Sempre era minha. Só que muitas vezes eu nem sabia porquê.

Eu fui usar uma máscara pra poder conviver na sociedade, só que a máscara resolveu ( eu deixei) tomar o meu lugar. Eu virei a máscara e esqueci quem eu era. Não sei se vai adiantar muito cavar até encontrar o começo disso pra eu poder fazer o caminho reverso, mas tenho agora que pensar no método pra eu voltar a ser eu mesma.

É isto ai... Esse fim de semana foi massacrante. Mas produtivo.
Ainda estou dissolvendo o meu "tapa na alma"... Acho que algumas coisas irão mudar. Ao menos hoje, eu sei pra onde eu quero que a anorexia e a bulimia me levem...;)

Bjkas!!!

^^

primeiro crédito à Ana Paula!

3.07.2009

... Quem eu sou?

Fiz esse blog com o intuito de registrar o que se passa dentro de mim!
Um outro lado da minha persolidade, eu acho...
Coisas boas, ruins... Não interessa, elas precisam vir a tona e escrever foi uma das formas que encontrei!
E pra isto, encontrei muita coisa da "Ana Paula", e mesmo sem conseguir pemissão, relato!
Tenho ANOREXIA e BULIMIA e sei lá há quanto tempo exato! Já ouvi dizer que anas e mias nascem e morrem assim... Expressão um tanto quanto generalizante? Não sei... Mas acho que elas estão comigo desde criança...
O que me importa, é que consegui sair dos 100kg(acho que foi um pouco +) e chegar aos 66kg com as duas nos últimos tempos... Hj, não quero mais saber o quanto peso, pois aderi ao meu estilo de fugir da balança. Meu espelho diz o que preciso saber.
Faço terapia a alguns meses (nossa, já se aproximando a um ano :O) e afirmo que TODO mundo deveria passar por sessões terapêuticas desde nos primeiros anos de vida...
Muitos traumas seriam poupados.
Em potencial, creio que qualquer bulimica ou anorexica precisa de terapia.
Ok, eu sei que todas nós sabemos das conseqüências, das dificuldades, do sofrimento e do prazer que temos quando aquela calça fica “dançando” no corpo... Adianto desde já, que profissional que é profissional, não tentará “roubar” este prazer, não te julgará e nem ficará apontando os caminhos pelos quais nossos atos nos levarão... E sim, procurará entender e descobrir a real razão por esta obsessão de perder peso, de não comer ou de auto-induzir o vomito... E assim, tentar ajudar o paciente a visualizar situações e trazer a luz aquilo que está no seu inconsciente... Portanto, vale a pena se entender um pouco:D Se voces quiserem, é lógico!!!! E se de "quebra" conseguirem encontrar uma psicóloga sensacional igual a minha então, acreditem, muitas coisas passarão a ficar mais visíveis... :DDD
Voltando a ana e a mia, preciso verdadeiramente dizer que não tem como ENSINAR ninguém a ser ana e mia e muito menos esse é o meu objetivo. Quem é, sabe que não existem estilos e nem métodos certos... Cada um, de certa forma, segue o SEUu padrão e faz aquilo que acha necessário para ter a sua perfeição, a sua “meta”!
Portanto, na boa, se sua intenção, ao entrar aqui, foi obter uma formula milagrosa para emagrecer, ter inúmeras dietas e fotos de pessoas magérrimas e pensando que será mais fácil perder as banhas sendo anna e mia... Cai fora! Já ouviu dizer que FORMOSURA RIMA COM TORTURA? Pois é isto ai...;) (rs)
Insisto, este espaço é tão somente para depositar a ansiedade, a angústia, a dor... Um lado podre. Um diário nu e cruel... Tentando buscar a sinceridade própria. Ou seja, aqui você também não encontrará um "GUIA DE AUTO-ESTIMA", não conseguirá melhorar seu auto-astral, pode ter certeza. ;)

Abaixo, o link da minha página no orkut... Não posso dizer que é FAKE, pois ali sou sincera comigo mesma!
Foi onde encontrei meninas ímpares!!!
Pessoas com quem eu tenho compartilhado meus dias, frustrações, experiências e consegui falar no mesmo idioma do qual eu sempre falei, mas que apenas uma psicóloga conseguiu decifrar.
Ali, eu me dedico a entender estas gurias, e descobri que o fator que nos une, é uma espécie de vazio interno, provocado por diversas emoções.
Ali, eu apenas respondo ao que me perguntam e dou as dicas que me pedem... Independente de qual área seja, sinto-me bem podendo ajuda-las, pois mesmo nunca as tendo visto, sinto um carinho imenso e especial por cada uma.
Se você quiser add, seja bem vinda(o). Mas não espere o “sobrenatural”... Somos desconhecidas unidas, apenas isto. O objetivo? Nem eu sei direito...

No mais, postarei quando der vontade, quando sentir que as compulsões estão voltando, me sentir perdida, quando estiver radiante ou sei lá quando... (provavelmente após sair das terapias também... hehehe)
Bjkas:)