10.09.2009

Ei, se intrometa menos. Ame mais.

Hello borboletas!! 

Ei, hj eu resolvi entrar aqui no meu barraco pra falar de um assunto que deve estar interessando mta gente.
Dar um recado pra estas pessoas tão interessadas em AJUDAR (atrapalhar) pessoas com TA.
Caracas, a gente sempre encontra pessoas bem intencionadas, mas como já dizem por ai, boa intenção é o começo, mas não basta, não é mesmo??!!!
Meu, vc quer ajudar amigos, familiares...?
Então, dê um relance e compreenda estas dicas ai e faça algo de maneira efetiva, ok?

A primeira coisa é que quem não tem um TA precisa entender que a cabeça de quem tem é diferente.
Se você quer se aproximar de uma anoréxica pra ajudá-la, não adianta forçá-la a comer, nem evitar que uma bulímica induza o vômito ou impedir que um Comedor Compulsivo pare de comer demais.
Não foque imediatamente na comida ou nos hábitos alimentares dessa pessoa.
Os Transtornos Alimentares estão diretamente relacionados a problemas emocionais que a própria pessoa não consegue ou não pode resolver.
Além disso, saiba que são pessoas com graves distúrbios na imagem corporal – realmente se enxergam gordas, mesmo estando magérrimas – e também de auto-estima – são pessoas que não gostam de si mesmas. Isso pode ter acontecido por inúmeras razões e só um profissional de saúde poderá realmente ajudar.
Quem tem um Transtorno Alimentar está doente – não foi uma escolha consciente. Não a critique dizendo que ela quer chamar a atenção ou que está com “frescurite”.
Isso não é verdade e só a fará se sentir pior do que já está.
GENTE, não adianta nada VC chegar criticando a ANA/MIA e fazer todo auê com campanhas do tido: "Todos Contra a Ana/Mia". Isto é ridiculo.
Sabe o que senti a primeira vez que criticaram a ana/mia e quiseram acabar com ela? Que queriam era ME DESTRUIR! Acabar COMIGO e não com uma doença.Tirar algo MEU! Na hora já coloquei aquela pessoa no meu "livrinho negro". Dá pra entender? Aquele lance de se transformar na doença? ... Sim, é real!!! Não é à toa que a maioria dos pseudonimos são... ana/mia, né ? !! O.O
Muitas vezes, a pessoa sente medo ou vergonha de pedir ajuda. Geralmente, acredita que não é merecedora de tratamento e ajuda.
Então se você está realmente disposto a ajudar, a primeira coisa a fazer é ser carinhoso e se oferecer para ouvir, porém sem ficar oferecendo conselhos e dizendo:“ah, já me senti assim uma vez quando...”.
Ouça. Só isto.
E se ela te pedir um conselho, seja honesto, mas gentil. Não esqueça que ela não está assim porque quer.
Não ameace. Se a pessoa confiar em você e decidir que está pronta para conversar, deixe que ela fale, dê valor à confiança que ela depositou em você e não a traia, afinal você se ofereceu pra ajudar.
Incentive-a a procurar ajuda profissional. Somente especialistas podem ajudar na cura – ela não se curará sozinha.
Procure se informar sobre o Transtorno em questão. Leia e saiba mais sobre o problema, sintomas e possíveis tratamentos.
Quando você voltar a conversar com a pessoa, ela se sentirá mais segura e saberá que pode confiar em você, que você está interessado no que ela tem a dizer e disposto realmente a ajudar.
Nunca, nunca mesmo, diga algo como “Por que você está fazendo isso comigo/ com sua família/ com você mesmo?”.
Quem tem um Transtorno Alimentar não está fazendo isso com você, nem com ninguém, e sim lutando muito consigo mesmo, em seu interior. É bom ter isso em mente quando quiser fazer perguntas que são egoísta ou que magoam (mesmo que sem intenção).
Além disso, esse tipo de atitude só vai perpetuar o sentimento de culpa que quem sofre com TA já tem.
“Você tem uma vida tão boa. Qual é o seu problema, hein?” – Não é uma opção consciente (na maioria dos casos) a pessoa escolher isso como estilo de vida ao contrário de ser uma pessoa feliz e com auto-estima saudável e equilibrada.
O Transtorno Alimentar é o mecanismo que ela usa para conseguir lidar com a depressão ou a auto-rejeição que aumenta dentro dela há muito tempo. É um reflexo externo do que a pessoa sente em seu interior.
Maridos maravilhosos, filhos perfeitos, amigos que sempre estiveram presentes, na verdade têm pouca ou mesmo nenhuma influência na criação de uma auto-estima saudável para que a pessoa consiga se curar, lidar bem com os problemas que a vida lhe apresenta e aprender a acreditar que merecem desfrutar das coisas boas que a vida oferece e da felicidade.
Estes Transtornos têm a ver com o sofrimento interior da própria pessoa e de como ela se sente em relação a si mesma.
Então, se quer ajudar, ame.
Da próxima vez em que aquela pessoa chegar até vc, quase desmaiando de fome, toda angustiada, ao invés de empurrar aquele prato de arroz com feijão, ofereça um abraço sincero.
Sem recriminações.
E tenha paciência, garanto que o resultado te surpreenderá...  ;)


Bjocas,


Aninha Bly ♥

9.28.2009

---VOLTEEEEEEEEEEEEEEI !!

...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH... Voltei!!! \o/
=D

Borboletas mais liiindas do meu ... Que saudade de escrever neste espaço e de saber o que se passa detalhadamente com cada uma!!!
Primeiramente, um pedido de perdão. :/
Não me esqueci de nenhuma de vcs e confesso que uma vez ou outra passava por aqui e dava uma bisbilhotada nos blog's... Não postava mais pq não sabia ao certo o que dizer e como dizer!!
Fui um pouco egoísta e dei um tempo pra mim... Estava passando por uns estágios onde não tinha nada pra oferecer e pior ainda, não queria receber também!
E foi bom este tempo de exclusão... Pude crescer em minhas idéias. Reescrever minhas metas. Fundamentar meu futuro.
Espero conseguir expor nos post seguintes o melhor que esse tempo fez em mim!
Claro que houve coisas ruins, que houve tempo fechado e ventos fortes.
Sabe o que é melhor nestes dias de desespero?
O melhor é saber que eles passam... Vc percebe que realmente não é fácil viver. Que viver é absolutamente complexo e dolorido, pq a vida pra ser plena te exige a felicidade espontânea de uma criança, porém quer que vc constantemente cresça e deixe pra trás toda imaturidade. É um contratempo. Um dilema. Mas mesmo sendo tão difícil, o fascinante da coisa é quando vc percebe que é p.o.s.s.í.v.e.l...

Ok, mas isto é assunto pra mais de milhas !! =D
Agora, o que eu quero mesmo é matar a minha saudade... ^.^

Bjokas minhas borboletas *-*


__By... Aninha Bly? ...

Não sei, mas após tanto tempo acho que ela se perdeu, ou talvez tenha se tocado de onde era o seu lugar na vida da XXX... sei lá. Prefiro continuar usando ela pra assinar, mesmo sem ter certeza de que apartir de agora, tudo venha tão exclusivamente dela, ok?


7.03.2009

EMAGRECER é preciso, VIVER não é preciso!!!



Dois post no dia de hj! Isto é alarmante... hehe

Hj eu estou de um jeito que não sei bem o que é...

São decisões e atitudes a serem tomadas, são experiencias não trocadas, strees do trabalho, psicologico chorando, um espiritual "nublado" e um corpo fisicamente atacado por dor no corpo, garganta inflamada, dor de cabeça e tontura...

Isto é VIVER?

Bom, isto me fez lembrar do colégio.

Nunca vou me esquecer de uma aula que tive, ainda no ensino fundamental, cujo título da matéria sobre a navegação portuguesa era “navegar é preciso, viver não é preciso”. Esta frase, usada pelo romano Pompeu pra animar seus marinheiros e, posteriormente, por Fernando Pessoa em um de seus poemas, à primeira vista me chocou.

Claro que na noite anterior à aula eu, como paranoica e morta de medo de errar ou de fazer qualquer pergunta boba, li o capítulo do livro e pensei “Caramba, esses caras eram doidos mesmo!! Como assim? Precisam navegar, mas viver, não??”

Isso ficou na minha cabeça até quando a professora explicou que esta frase tinha duplo sentido, mas queria dizer que navegar é uma ciência exata e racional, mas viver, não. Adoro essa frase!!

O escritor Rubem Alves colocou bem dizendo o seguinte: “Navegação é ciência, conhecimento rigoroso. Para navegar, barcos são necessários. Barcos se fazem com ciência, física, números, técnica. A navegação, ela mesma, faz-se com ciência: mapas, bússolas, coordenadas,meteorologia. Para a ciência da navegação é necessária a inteligência instrumental, que decifra o segredo dos meios. Barcos, remos, velas e bússolas são meios. Já o viver não é coisa precisa. Nunca se sabe ao certo. A vida não se faz com ciência. Faz-se com sapiência. É possível ter a ciência da construção de barcos e, ao mesmo tempo, o terror de navegar. A ciência da navegação não nos dá o fascínio dos mares e os sonhos de portos aonde chegar.”.

Acho que isso tem tanto a ver com a anorexia... Se você quer emagrecer, você precisa de uma tabela de calorias e precisa calcular quanto vai gastar de energia e quanto vai consumir; quanto de calorias perderá se fizer determinado exercício e quanto precisará queimar pra emagrecer a quantidade que “zera” a diferença. É matemático, é preciso, é racional. Mas e viver? Viver, não... Da mesma forma que a navegação é só um processo, porque a meta é chegar, atracar e fazer o que tem pra fazer; emagrecer também é um processo e na anorexia acho que a meta nunca é alcançada “meio que” propositalmente. Porque assim como a precisão da navegação não é a mesma que a do encontro e da negociação com as pessoas – aquele jogo de “pechincha” – correndo o risco de não ter tanto lucro, ser magra não significa ser feliz, não significa se dar bem com as pessoas...

Então, a questão não é exatamente “viver” em si, mas lidar com as pessoas.

Eu nunca consigo saber a reação que os outros terão em relação a mim e ao que faço.

Muitas vezes esperei reações boas em determinada situação, e acabei sendo muito criticada.

Nos momentos em que estou empolgada e termino criticada, fico tão mal, me sinto tão devastada, que num certo ponto decidi que era mais simples sempre esperar uma reação negativa das pessoas, pois o elogio seria um “lucro”, digamos assim. Minha psicologa sempre diz algo q se resume nesta frase: “Não se pode agradar a Gregos e Troianos”.

Então, estou tentando entender que o que faço nunca estará perfeito pra todo mundo.


Pois é!! Emagrecer é mais preciso do que viver e talvez mais necessário também...


Bjos,

Aninha Bly ♥

Créditos à Ana Paula!!



Pq ANA/MIA é/ou gosta de ser PRÓ-ana/mia?


O que leva meninas e mulheres a gostarem de estar doentes? Essa deve ser a pergunta que mais passa pela cabeça de pais, professores, especialistas e quem quer que se interesse pelo assunto. Como que, muitas vezes, moças bonitas e de famílias boas insistem em emagrecer até os ossos?
Se você que começou a ler este post, não é pró nada disso, se for “só” um pai ou mãe preocupado com o que sua filha anda vendo na Internet, por exemplo, e quiser se aventurar comigo nesta tentativa de entender um pouco do que acontece conosco (ana’s e mia’s), te aconselho a ficar aqui e ler até o fim.
Pra chegar ao objetivo a que me propus, tenho que explicar algumas coisas do “antes” da anorexia/bulimia chegar e, com certeza, não estarei falando somente de mim, mas de várias anoréxicas que chegaram a pontos extremos desta doença.
Não existem meios de definir em “padrão” exato da personalidade (qualidades) de uma pessoa c/ estes tipos de TA’s. Em um dos programas recentes do PROFISSÃO REPORTER, da TV Globo, passou uma reportagem sobre Ana/Mia e eles listaram algumas das possíveis qualidades de pessoas c/ este tipo de transtorno:
- Perfeccionistas,
- Inteligentes,
- Críticas e com elevada auto-crítica.
- Sensíveis a críticas exteriores,
- Boas alunas;
- Preocupadas com a família e amigos,
- Responsáveis e confiáveis,
- Não dão “enormes” preocupações aos pais,
- Autênticas e criativas.

Acho que a maioria de suas “qualidades”, ou melhor, a forma como a maioria das pessoas nos enxerga realmente estão ai, mas até que ponto uma qualidade se transforma em um incômodo? Você deve estar se perguntando “Como assim?” Bom, ser boa aluna, inteligente e perfeccionista são características que andam de mãos dadas. Sempre exigi de mim mesma ser uma boa aluna e tirar notas boas, apesar de dificilmente chegar a minha meta. Apesar de minha avó e meus tios nunca terem me cobrado um futuro brilhante, sentia que eles investiam o que podiam na minha educação, me incentivavam e tinham essa expectativa. Até pq. nenhum deles haviam tido a oportunidade de estudar.
Quando cheguei à adolescência, naquela época em que os familiares já não são mais o centro do universo, percebi que era rejeitada pelos meninos, obviamente porque era desengonçada. Nessa época, juntamente com uma prima, resolvemos fazer regime, pois era o que todas as moças mais velhas faziam. Queríamos CRESCER. Só que ai, na minha cabeça, eu já tinha que ser a mais magra, a do corpo mais escultural. Exigia a perfeição. Nada era suficiente a não ser que fosse perfeito. No começo, esta idéia com minha prima não deram muito certas, pois tínhamos 12 anos e queríamos mais era comer tuuudo que víamos pela frente. E logo percebemos que não precisamos emagrecer, pois tínhamos manequim de “criança” ainda. E ficamos felizes com isto.
Os anos correram e eu cresci... E em uma situação, engordei desesperadamente. Certo dia, decidi me controlar e emagrecer. Emagreci bastante, mas nesse processo, não sei dizer por que, não percebia que já tinha emagrecido e nunca estava magra o suficiente. Além disso, obtive um resultado que eu não esperava aconteceu: “choveu homem na minha “terra”. Só que nesta época, eu já não mais queria me envolver c/ qualquer um, entendem? Já havia passado por uma fase onde ficava c/ rapazes e nem me recordar de seus nomes. E não foi legal. Não queria isto novamente, queria um namorado sério, mas não consegui encontrar, alias, como eu ainda estava sob o jugo de meu pai e mha madrasta, no fundo eu sei que tinha era –medo- das criticas deles.
Isso foi me fazendo ficar cada vez mais depressiva e eu tinha vergonha até de sair na rua porque eu estava fracassando. Muita pressão pra minha cabeça, aos 18 anos. Perfeição no colégio, vestibular, perfeição como filha, perfeição como amiga, perfeição na aparência, queria ser uma diva. Tudo exigia muita dedicação: estudar muito, ser muito atenciosa com a família e amigos, ter um futuro brilhante, me arrumar muito, e sentir muita fome... Só que a fome tirava a minha atenção de todas as outras coisas. A depressão, assim como o meu fracasso como “diva”, pq. me sentia cada vez mais uma baleia e a minha auto-estima baixa, foi me afastando da convivência com meus amigos. Porém, me livrou de uma das minhas preocupações: ser uma grande amiga. Afinal eu tinha tanto problema, mas tinha que ficar me dedicando às dificuldades alheias... Conforme fui me afundando, percebi que ser a filha perfeita já não dava mais, porque pra isto, teria que ter tido pais presentes. Como eu não saía mais, já não sabia se eu estava de arrasar e não sabia interpretar críticas ou elogios. Assim me livrei de mais uma preocupação.
Nossa, isso tava ficando cada vez pior e melhor ao mesmo tempo. Afinal, não ter mais amigos fazia com que eu ficasse mais depressiva, contudo era o que me auxiliava a emagrecer mais. Quem já teve depressão sabe que você quer se afundar cada vez mais. É um círculo vicioso. Mas as pressões que eu exercia sobre mim mesma estavam cedendo. A única delas que ficou foi emagrecer. Quase todos os meus problemas estavam resolvidos. Não precisava fazer nada além de ficar sem comer, sentir fome e emagrecer. Claro que na época eu não enxergava isso. Simplesmente foi acontecendo. As pressões foram cedendo e eu não queria pensar em outra coisa. Não queria mais saber de nada, nem de ninguém.
Cheguei a uma conclusão há pouco tempo atrás. Sabe aquilo que dizem que quando você está com dor de cabeça, é só você apertar o dedão que a dor de cabeça passa? Por quê? Porque você substitui uma dor pela outra. As dores internas que sempre senti (não me livrei delas ainda) e essa pressão pra ser perfeita doem tanto que prefiro sentir fome. Essa dor me distrai das outras, chega a ser um prazer.
Lembro que no começo eu não sabia direito o que era anorexia, nem pró-ana, nem nada disso. A dor da fome tinha um limite que eu conhecia e a dor de não chegar à perfeição era infinita perto dessa minha amiga: a fome. Eu era uma pró-ana e nem sabia.
Acho que esses sites e matérias acusando as pró-anas são muito limitados e alarmistas. Acho mesmo. Será que ninguém que já esteja curado ou, pelo menos, entrado em um estágio de controle da doença consegue chegar a essa conclusão?
Para vc que tem alguém próximo c/ TA’s, pense sobre o que foi escrito. Não acuse, não aponte, não critique pelo que lê por ai. Pare pra pensar em reias razões pra alguém gostar de estar nesta "vida", ok?

Bjoka’s,


Aninha_Bly


créditos totais à Ana Paula!

6.06.2009

AFRAID

Hoje eu dei um passo pra mover com a vida...

Não posso, alias, não quero falar o que foi.

Mas percebi uma coisa - qndo não sei expressar direito o que sinto, sempre encontro uma música que carrega todo o significado e fala por mim.


desta vez encontrei uma por acaso, é uma música do Motley Crue chamada "Afraid".


do you, do you wanna bleed? (vc quer, vc quer sofrer?)
do you, do you wanna live in vain?
(vc quer, vc quer viver em vão?)
it's only life
(é só a vida)
she's so afraid to kiss
(ela tem tanto medo de beijar)
and so afraid to laugh
(e tanto medo de rir)
is she runnin' from her past?
(será q está fugindo de seu passado?)
it's only life
(é só a vida)
she's so afraid of love
(ela tem tanto medo do amor)
is so afraid of hate
(e tanto medo do ódio)
what's she runnin' from now??
(do q ela está fugindo agora?)

do you, do you wanna scream?
(vc quer, vc quer gritar?)
do you, do you wanna face the strange? (vc quer, vc quer encarar o estranho?)
do you, do you believe?
(vc, vc acredita?)
are you, are you afraid of change? (vc tem, vc tem medo de mudanças?)

it's only life
(é só a vida)
she's so afraid of this (ela tem tanto medo disso)
and so afraid to ask
(e tanto medo de pedir)
she hides behind her mask
(ela se esconde atrás de sua máscara)
nothing's ever right
(nunca nada está certo)
she's so afraid of pain
(ela tem tanto medo da dor)
so afraid of blame
(e tanto medo da culpa)
it's driving her insane
(isso está deixando-a louca)
so insecure
(tão insegura)
there is no cure (não tem cura)

well she's so afraid (bem, ela tem tanto medo)

she's so afraid of death (ela tem tanto medo da morte)
she's so afraid, afraid of life
(ela tem tanto medo, ela tem tanto medo da vida)
the drama in her head
(o drama em sua cabeça)
getting louder all the time
(só aumenta o tempo todo)
getting louder all the time
(aumenta o tempo todo)
she's so afraid, afraid to lose
(ela tem tanto medo, tanto medo de perder)
been so afraid of fame
(tem tanto medo da fama)
everyday she feels the same
(todo dia ela sente a mesma coisa)
it's driven her insane... (isso a está deixando louca).


...

Neste dia, estou indo para casa. Quero meu ursinho.


Bjkas♥


Aninha_Bly ama ^.^

Créditos únicos à ana Paula!


4.27.2009

DOENÇA LUCRATIVA.


O que eu vou tentar escrever hoje não vai fazer sentido pra quem quiser ler.

Meu, nem mesmo pra mim está sendo fácil...

Já ouviu falar daquela história de inconsciente? Pois é... Qndo vc aprende a deixa-lo "falar" por vc, vira uma bagunça... hehehe

Ainda não estou completamente certa do tamanho de tudo isso... Por isto, escrever é minha forma de liberar.

A anorexia, acima de todos os outros transtornos alimentares, devido a seus efeitos físicos: a magreza, aquele controle sobre a comida, as olheiras, aquela força de vontade absurda, é também uma doença L U C R A T I V A... Sim, descobri isso.

Apesar da dificuldade que está sendo admitir isto, agora já tenho uma noção maior do quanto as pessoas (inclusive eu mesma) se apegam a ela.

Os médicos chamam esses lucros de “ganho secundário”, mas eu percebi que não é secundário, não... É uma maneira de ficar “rico” da noite pro dia... “Rico” de maneira figurativa, ? Uma música do Marilyn Manson diz o seguinte: “Te amam quando você é a manchete/ Quando você não é, então eles amam outro”.

Bom, vamos analisar: Visto que a necessidade de atenção, aceitação e a carência que temos (perceba que eu não estou falando em primeira pessoa do singular, porque não me sinto à vontade em expor que isso acontece comigo, ?) é uma coisa absurda de grande e muitas vezes, sequer temos consciência disso, muitas pessoas - eu inclusive - nos escondemos atrás de máscaras para podermos lidar com essas necessidades... (percebe que já me atropelo nas palavras de forma até incoerente?) Uma delas é a Anorexia. Ein??? Sim meus amores, uma "mascara" chamada a n o r e x i a!!!

A nossa (minha) maneira de emagrecer, controlar calorias, não comer em público e tudo mais, é uma clara maneira de lidar com sentimentos que queremos esconder de nós mesmos e que não conseguimos admitir ou mesmo aceitar e que acaba se tornando uma "adoção" inconsciente de uma outra personalidade que soma todas estas características que contei - ou seja - se transformar na doença... ser a doença em pessoa... Eu tenho feito isto ao pé da letra!!... Tenho me afastado das pessoas “reais” por medo de não me aceitarem, ou ainda, de não me amarem. Em contrapartida, arrumei novos amigos “virtuais” - está entre aspas porque tornaram-se amigos mesmo... Eles compartilham dos mesmos dramas que eu e me entendem. Porém, por trás de todo o controle sobre a alimentação e hábitos alimentares estranhos, estou somente escondendo o meu medo de lidar com a rejeição e a auto-rejeição.

Depois do “nascimento” da Aninha_Bly, me senti aconchegada, merecedora de amor por ser alguma coisa, por fazer alguma coisa.

Mas após uma sessão de analise com mtos risos e uma insistência em uma colocação, onde a “Frida” insistiu em me dizer que a anorexia me trazia algo de “bom”, positivo e que ela não conseguia ver o que era, fui “acordada” de forma leve do sonho do que a Aninha é pra mim, pq na verdade ela (a psicóloga) sem duvida já sabia do que era, mas queria que eu descobrisse sozinha, e assim, eu me torturei até descobrir.

Tomei um choque de realidade, pois havia esquecido quem eu era... Ou procurado me evitar mesmo... Não sei ainda... Mas ao lembrar que eu sou a XXX, quis mesmo morrer e acho que foi a primeira vez que mais cheguei perto do suicídio real, de tentar acabar com a vida de uma só vez. Passei um final de semana inteiro trancada, c/ tudo desligado, chorando, num sofrimento dobrado - por lembrar que não sou a Aninha (aquele ser sábio, sensato, filantropo e maravilhoso) e lembrar do lixo absurdo que sou, do quanto me odeio (agora em dobro por não ser a Aninha) e de como me vejo...

Até msmo estes textos, são de autoria da Aninha Bly - aquela que sabe responder, se defender e falar coisas maduras e interessantes, como é ruim ser eu mesma... Como é péssimo lembrar como me odeio na prática. Eu estava olhando pelos olhos da Aninha o que a XXX (Srta. Nada e Estragada) era. Era só uma sombra do que eu passo de verdade e que me esqueci após ser lembrada, procurada e amada por amigos da Aninha, que me fazia sentir segura e forte... Nossa, foi um choque e uma dor tão grande que é dificil descrever...

Odeio ser quem eu sou e não posso ser a Aninha pq ela não existe!

O que me sobra?

Eu tentei por um ponto final no lixo, mas uma boa quantidade de comprimidos não foram suficientes...

E agora estou aqui, EU convivendo c/ a Aninha, c/ a XXX e sei lá mais quem!

Pq?... É lucrativo!

Meu eu sou uma especie de monstro em forma de uma guria simpatica! Sou um monstro, ingrato e gordo.

A XXX não merece viver! Ela é incopetente e fria.

Já a Aninha é sorridente e feliz. Ela tmbém não quer viver... Mas quer morrer aos poucos, unir o útil ao agradavel...

Pois é... Está confuso? Pra mim também...


...

"Todo ponto de interrogação e exclamação tem um ponto final."



Bjkas...



créditos à ana paula! :)

4.24.2009

Derrota. Vergonha.

Algo define:
Sim, o q eu quero é sumir. Destruir-me... derrotada.



...

o tempo passa e eu me enxergo.


__A Aninha Bly ama.
^. ~

bjokas.

4.01.2009

a ANA de todas nós!


Nesta madrugada estava assistindo TV e me deparei c/ uma reprise de uma entrevista da mãe da Ana Carolina Reston , na Record. Vocês se lembram deste caso?
A tal da modelo que, segundo a imprensa e familiares, sempre quis ser famosa, sair em capas de revista (e saiu, depois de morta) e morreu com 40 kg em um hospital!!
Bom, algumas declarações da mãe da garota me intrigaram, e muito!
Eu não me lembrava muito bem dos detalhes deste caso, e ao rever a entrevista, fiquei pensando no quanto algumas pessoas enganam a si próprias ou não acreditam no que está na frente delas... (pra quem quiser relembra da historia, é só procurar no google).
Ela disse que a Carolina não queria ficar no sítio em Jundiaí onde eles estavam morando porque lá teve um assalto e a filha tinha medo, então ficava um pouco na casa da tia, depois ficava um pouco na casa de outra pessoa, e assim ia... Desculpa, mas em minha opinião, ela estava fugindo da vigilância da mãe. Ela não queria ficar em casa porque não queria q a mãe controlasse o q ela estava comendo... Lógico q assim era muito fácil, afinal ninguém teria a liberdade q a mãe tinha c/ ela e não ficaria insistindo p/ que ela comesse. Na boa, eu acho q não teve nada a ver com o assalto. Ela só usou isso como desculpa.
Outra coisa muitto pior e q eu acho q vai ser um saco ter que ficar explicando pra quem não entende de TA's é que a D. Mirian (mãe da Carolina) disse q a anorexia é uma doença q tira a fome das pessoas. Pelo amor de DEUS... Quanta ignorância!! Ela disse q a filha não tinha mais fome. Poxa, por que ela não pesquisa sobre a doença? A filha dela foi vítima fatal da anorexia e ela viaja na maionese e fala bobagem pro Brasil e o mundo inteiro ouvir. Está explicado o pq de um monte de gente realmente querendo “pegar” anorexia. Assim é fácil fazer regime!! ANOREXIA = NÃO TER FOME. Pronto, acabamos de falir a HERBALIFE E CiA.
Pra que fazer redução do estômago e gastar suas economias se vc pode “pegar” anorexia e emagrecer? Eu não sei quanto a vcs, mas eu COMO e ODEIO admitir isto e não suporto comer meus doces na frente dos outros! Parece que estou assinando uma sentença perpetua! Eu como chocolate e doce igual uma louca quando tenho compulsão e é uma tragédia miar tudo isto! Meu, agora não me venha com afirmações de q anorexica não come nunca - eu disse NUNCA. Isto é fantasia do mundo encantado q a imprensa colocou em mentes influenciáveis.
Além disso, a prima dela falou assim: “meninas, procurem ajuda e contem pra alguém porque é muito triste perder uma pessoa querida, dói muito.” Claro que sabemos que isso não é legal pra família, mas pergunto: até que ponto a própria família “incentivou” esse TA? Gente, 1,74 e 40Kg já era pra mãe ter notado que algo não ia bem, né? Ainda mais q a garota já tinha tendência a ser "seca", 40 kgs a deixou nos ossos! Poxa, e ela ainda falava pra mãe q tinha pneu, que tava gorda... Dureza, né? Vai deixando pra lá, vai deixando pra outro dia e dá nisso. Na boa, não consigo entender como a mãe vê a filha tão magra, falando q tá gorda e não faz nada. Acrescento ainda q a agência fez a menina voltar pro Brasil porque ela estava muito magra... Eu sei lá, mas minha ideia de mãe é outra. A minha por exemplo, independente dos erros dela, duvido que iria me deixar definhar daquela forma... Não me forçaria a comer, não me forçaria a ir ao médico, mas simplesmente cuidaria de mim... Não em cobraria e talvez ai, eu achasse nos olhos dela, um motivo pra viver!
Aí, vendo as matérias na TV, percebi q existem alguns mitos a respeito da doença, como dizer q a doente apresenta perda de peso rápida e acentuada. Gente, na boa vai... Perde peso rápido até onde dá, depois o próprio corpo barra isso. Tem um limite e depois disso não emagrece mais ou só se emagrece com muita dificuldade e bem lentamente. Acho que vai ser difícil colocarmos ordem nesta ilusão, né?
Não posso deixar de repetir que anorexia é uma doença de AUTO-DESTRUIÇÃO e não doença de vaidade. Vc nunca consegue chegar onde quer... E quando chega perto, nada do que você estava prevendo, esperando, dá certo... E o que você quer é só MORRER DE ANA, JUDIAR DE SI MESMO.
Eu não quero só ser magra e ter o corpo perfeito... Já disse isto aqui! Minha vontade é morrer de "fome", de uma forma cruel. Eu me lembro, que em uma das minhas primeiras sessões, a psicóloga me contou sobre um rapaz q descobriu q tinha uma doença e não contou pra ninguém. Consequentemente, ele morreu. O detalhe, é que ele já dizia que morreria antes de certa idade, talvez antes de saber da doença! Ele sofreu toda a dor da doença interna sozinho, quieto, sabendo que aquela dor iria leva-lo pra onde ele queria: morte. Eu acho que ele também tinha uma decepção consigo mesmo, uma dor que retirava sua razão pra viver.
Que o caso da Carolina Reston não engane ninguém... Claro que é uma morte doída, claro q a mãe ainda sofre e pensa no que deveria ter feito! Sinto compaixão pela vida dela, pq ela amava (ama) a filha e queria o seu bem. O q a Carol queria? Não comer? Ela tentou ajudar... Só q não da forma mais certa, tapou o problema com a peneira, como já dizia a minha vovó.
Mas eu duvido que a Carolina tenha morrido só por querer ser magra pra desfilar. Com certeza ela morreu por acreditar que não era boa o suficiente... Ela, de alguma forma, se odiava... Isso é ANOREXIA.

Bjokas,

Aninha_Bly.♥


créditos à Ana Paula!

3.27.2009

"POR ISTO CONTA COMIGO..."

Conheço uma música linda, que diz algo sobre poder contar c/ a pessoa... É + ou menos assim:
"...Por isto conta comigo,
Quero te ajudar, vem me dá tua mão..."

Eu tenho pensado seriamente no que as pessoas querem dizer qndo falam: “CONTA COMIGO”.

Eu devo ser uma retardada que espera demais quando ouve isto. A maldita da expectativa. Afe, que droga :x

Bom, já perceberam que este post será um tanto quanto cansativo, né? Portanto, por favor, não precisa prosseguir. O que escrevo é tentando traduzir o que está em mim...

Quando eu era pequena tomei uma atitude radical. Fugi de casa. Tinha 6 anos. Os motivos? Tinha medo de me matarem (me vendo hj, torna-se uma frase ironia, não?hehehe)... Hj, com 21 anos, tomei a mesma atitude. Só que desta vez eu não fugi... Simplesmente bati a porta na cara de uma falsa família composta por madrasta irmãs e pai. Sai. A diferença? Naquela época eu era uma criança e tinha uma avó pra me acolher. Hj não tenho nada. Sai, corri... E me perdi. Não tenho base. Alicerce. Porto seguro. Uns dizem que posso contar com eles... pura solidariedade, pq cada um tem a sua vida, o seu mundo, os seus problemas. Só a minha avó conseguiu viver comigo. Ela me esperava. Ela me respondia. Ela não mentia.

Está ai uma das razões pelas quais a ana começou a evidenciar-se na minha vida. Foi no inicio da confusão, da bagunça. Eu tinha e de repente não tinha mais. Ai, a ana sorriu, fez a maior festa e logo me apresentou a mia. Eu chorei por muitos meses, desesperadamente. Ai, a ana fazia com que meu estomago fizesse uns barulhos e eu logo me recuperava. Estava feliz novamente.

Sei que sou mulher crescida. Tenho responsabilidade e um monte de coisa que posso controlar (horário, emprego, estudo, casa, aluguel, etc. etc.) Só que querem tirar o que consegui alcançar como sendo o mínimo do que me levaram... a ana. E não estão nem ai se eu vou chorar, se vou sentir falta dela, se isto vai me machucar! E sei que a mia também vai querer ir. E ai? Qual será meu suporte? Pra onde eu vou correr? Quem vai me ajudar? Droga meu, assim como levaram aS minhas presenças maternas, querem agora arrancar de minhas mãos o que tem me feito sorrir?

E sabe o que é pior nisto tudo? Saber que eu me sujeitei a isto. Permiti que mexessem nas feridas, que tocassem na ana... Que humilhassem a mia! Ao menos eu não assinei a sentença. Por isto ainda luto. A prisão delas não será perpetua... “habbeas corpus”!!! Sim, é disto que preciso pra elas!!! Quero ver se consigo voltar pra estaca zero. Naquela época em que eu ficava duas semanas sem comer e não sentia nenhuma fome. Hoje, to uma invalida... Agüento dois dias no máximo. Logo vem algo e desestrutura toda a base que eu lutei pra construir na minha mente. São estas drogas de emoções. Elas nos tiram da “casinha”.

O problema é que a culpa foi minha. Eu fui uma tonta. Pensava que não faria mal algum cortarem os “galhos”. Só que agora quem está nua sou eu. Sem armas nem estratégias. Fui abrindo a porta e convidando pra entrar... Agora, tem uns telespectadores loucos pra me verem virar a baleia de antes. E pode ter certeza, ainda irão sorrir bater palma e me elogiar. Não conseguem serem gordos sozinhos. Eu permiti. Hoje entendo um pouco deste sentimento de querer “fugir”. É que eu estava percebendo que estava deixando levarem a ana e a mia. Eram elas que GRITAVAM, me alertando... A tonta aqui não quis ouvir. Ta ai, deu no que deu. Estou lutando pra voltar de onde eu nunca deveria ter saído. As pessoas que diziam querer o meu bem, eu até acredito que estivessem sendo verdadeiras. Mas elas não podem me dar o suporte que a ana/mia me dão em meu quarto. Elas querem que eu me liberte, mas ai eu estarei realmente sozinha pq hj, se eu precisar de um abraço, não tem que me dê! Não estou segura. E imagina então como será se não mais existir aquelas que estiveram comigo no pior instante da minha vida?

Eu preciso trazer de vez a ana/mia...

Tenho tentado ajudar o máximo que posso o maior numero de meninas possíveis! Não quero vê-las entrando neste processo do qual me encontro! Se eu estivesse feliz, iria dizer que sim, façam o que eu fiz. Mas não. A não ser que tenham alguém com quem contar, alguém que não se torne superficial, alguém que estará as esperando em casa naquele dia ruim, que acompanhará vcs na solidão. Ou ainda, alguém que vcs não se sentirão incomodados quando precisar procurar. Casos contrários a estes, meninas, não deixem NINGUEM invadir o que é de vcs!!! Reconquistar este espaço é complicado...

Turbilhões de emoções... Garotas, não sejam levadas por elas.

Eu me preocupo com vcs sabe... Se pudesse, traria muita delas pra morar comigo. Montaria uma espécie de republica e conseguiríamos ser o que somos. Na boa.

Gurias, sejam fortes e contem comigo! De verdade mesmo. Sem hipocrisia. Nem inveja rancor ou intriga. Nenhuma espécie de julgamento. Podem mesmo contar comigo... Até mesmo se forem pra procurar uma "Frida", eis me aqui. Pq eu conto c/ vcs pra conseguir a sentir aquelas deliciosas tonturas, pra voltar a ter aquelas semanas de n.f, e saber que tem alguém (a ana) que está sempre comigo!

Sim, juntas, como dizemos, conseguiremos!

Vc são especiais!!!

^.^

Bjkas!!!

3.25.2009

VOCÊ SABE O QUE É? SABE O QUE SENTIMOS?


Você tem uma idéia do que é conviver dia e noite, durante anos, com alguém que você odeia? Alguém que fica dizendo que você não serve pra nada, não presta e ainda por cima é uma gorda ridícula e desajeitada? Alguém que gosta de te ver sofrer e faz tudo pra que você sofra? Alguém que sente prazer em te agredir verbal e fisicamente? Odeia-te tanto que é capaz de te matar. Pois é, quem tem um transtorno alimentar convive com uma pessoa que a odeia muito: ela mesma.
Imagine que você tem um carrasco atrás de você dia e noite, só te humilhando. Pois é, é isso que é um Transtorno Alimentar.
Jejum, dieta, obsessão com o peso são somente sintomas de uma coisa muito maior, de uma auto-rejeição dolorida, de um ódio de si mesmo tão grande que não mede esforços pra te destruir...
De onde isso vem, como começou, porque, essas perguntas são difíceis de responder. Ainda estou na parte superficial de descoberta disso em mim, mas já dói saber algumas coisas a meu respeito...
Pelo que já entendi nas minhas sessões terapêuticas e pelo que li a respeito, transtorno alimentar é uma “fuga” e uma inabilidade em lidar com sentimentos e emoções. Depressão faz parte da ana e da mia. Baixa auto-estima é outra característica.
Porém cada caso é um caso, então aqui eu só poderia contar mais coisas sobre mim, mas em geral tudo começa no relacionamento da anoréxica e/ou bulimica com seus pais, com seus colegas e amigos e no seu ambiente em geral.
Normalmente, as pessoas que são ana e mia têm a auto-imagem d1storcida – (não sei até que ponto é verdade), mas dizem que elas não se enxergam como realmente são, ou como os outros a vêem. Além disso, são pessoas com personalidade perfeccionista e têm o pensamento extremista - é 8 ou 80. Exigem muito de si mesmas e quando comentem alguma falha, a casa cai. Elas se sentem mal porque uma falha é, na cabeça delas, um grande erro imperdoável, o que causa uma culpa e uma punição. E quando se saem bem em algo, sempre acham que poderiam ter feito melhor - isso por causa do perfeccionismo.
Elas sentem-se inferiorizadas e sempre procuram à aprovação e aceitação dos outros.
Escrevo tudo isto porque é o que passo diariamente. Embora esteja em tratamento, reconheço que a doença sempre foi mais forte que o meu lado saudável. Não interessa o que venham dizer, eu me sinto no direito de viver do jeito que quero!
Particularmente, eu me acho um defeito em pessoa. Aquele erro humano sabe?
Sempre fui chamada de girafa ambulante, pela minha altura. Ter altura é muito bonito, vejo varias mulheres lindas altas e charmosas. Só que altura é diferente de forte. Quando digo que já pesei 100 kg as pessoas dizem, “ah, mas vc é alta, nem devia aparecer”... Não, imagina... Banhas ridículas, braços de homem gordo, cara de bolão... aham, tudo isto não aparece? Meu, as pessoas sabe serem hipócritas... Não sou o tipo de pessoa que atrai, sabe? Nada de olhos claros, pele lisa e bochechas rosadas e muito menos cabelo de japonês. Não tenho um sorriso marcante (diga se de passagem que meus dentes estão se definhando, segundo a dentista, por minha culpa, por ser amiga da mia – ela tem razão). Enfim, sou fora dos padrões! Muito alta, mãos grandes, sorriso patético, nariz feio, olhos esbugalhados, cabelo feito escova a vinho (ele era cacheado) e um monte de banha dançando e me deixando desajeitada, estabanada, parecendo que não me encaixo em lugar algum deste mundo (talvez em uma selva, por questões de espaço). Não me sinto alta=elegante. Sou uma monstra que circula pela cidade, que ocupa espaço! Não sou mais aquela dos 100 kg, isto eu reconheço! Só que só de pensar que posso chegar lá novamente, me desespero... Pq se agora to me sentindo uma orca, se voltar pra lá eu surto!
Eu não sei se já disse isso aqui antes, mas eu não quero só um corpo bonito e nem tenho a pretensão de ser uma top model.
É difícil pra eu dizer isto, mas eu por vezes chego à conclusão que quero é judiar de mim, tirar tudo que tenho de bom e confortável e prazeroso. Eu quero é sofrer e me destruir. Só pra mim. Sem ninguém saber. ‘Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento!”
Tenho uma mania de me auto-punir e me sinto culpada por muitas coisas que nada tem a ver comigo...
É assim que nós, anas e mias nos sentimos: insatisfeitas conosco mesma!
Sabe a sede de buscar o melhor pra si mesma? É, querer sentir-se bem com sua mente alma e espírito! Isto só conseguimos quando fazemos n.f por dias, l.f mínimo... Quando conseguimos colocar pra fora toda aquela maldita comida que engolimos devido a alguma compulsão... Quando tocamos nossos estômagos e ele está fundo... parece que iremos alcançar o pulmão! É o nosso jeito de sermos o que quisermos! Nos unimos por uma rede pra ajudarmos umas as outras...
Se você chegou até aqui e não entendeu nada do que foi escrito, cai fora. Perdeu seu tempo, pq vc nunca entendera o que é sentir um prazer sem igual ao saber que uma amiga conseguiu perdeu de gramas a quilos tendo domínio e força de vontade! Vc nunca sentira a dor do que é ler que sua amiga está tendo compulsões e que vc não pode ajudar muito, a não ser pó palavras... somos pessoas desconhecidas. Anônimas. Não interessa se algumas delas não estão sendo verdadeiras, pois acredite, aqui é o melhor lugar pra mascara cair... Não tem como vc fingir que é ana ou mia. Com elas, vc vive elas. É um trem louco, mas é fascinante viver até mesmo de dietas malucas. De dor de cabeça, tontura e resistência. (neste momento, eu to resistindo a uma barra de chocolate \o/). Ana, mia... Independem, elas estão conosco, entende? São elas que nos apresentam pessoas maravilhosas...
Então, por favor, não me venham com comentários do tipo “suas loucas, retardadas, etc, etc...” Você não me conhece, não sabe nada da minha vida. E creio q se soubesse, não mudaria a sua opinião... Então, deixe nos viver, mesmo que seja se auto-destruindo. Um dia isto vai ter um fim. Esta dor vai acabar. De um jeito ou do outro. E a opinião de quem não compreende não vai poder mudar a situação! Por isso, insisto em dizer: Se vc não entende, não tente entender... Fica na sua que nós ficamos na nossa! Não quero ser agressiva com ninguém, apenas garantir que ninguém venha ofender e invadir um espaço que é meu (nosso). Se quer ajudar, tem a forma certa... RESPEITE! Um dia eu escrevo como eu vejo uma maneira de estar por perto e ajudar... Vc não precisa apoiar e mto menos condenar! Tente amar... Se não conseguir, caia fora. Seu dedo estragado pode estar apenas ajudando a acabar a c/ a vida de alguém da forma como ela não quer! Entende? Se anorexia e bulimia, são formas da pessoas querer se matar, de não gostar de si próprio, de ter a auto estima destruída... É uma auto destruição, não queira ser um homicida nesta historia! Primeiro, se informe qual é o roteiro, as causas, saiba sobre o que vc quer opinar e se ainda assim quiser criticar, assista dai, sentado na sua poltrona, com um pacote nojento de pipoca e uma garrafa de refrigerante... Nós também procuramos a nossa felicidade!

Meninas, eu tenho aprendido muito com vcs e de verdade, espero que alcancem o melhor, não importa o que seja o melhor para vcs!!! Obrigada por estarem sendo tão amaveis comigo... ^.^ Isto aqui é uma outra terapia... A diferença da terapia que faço semanalmente, é que aqui tenho mais tempo pra ser eu mesma!!!
Valeu meus amores:*


Bjkas ♥

Créditos à ela, ana Paula!

3.10.2009

Um baile à fantasia. Assim é o mundo.




Hoje eu tive que sair novamente de casa. Preciso trabalhar.

Após um domingo inteiro, onde passei embernada dentro do meu quarto, me deliciando em minha fome (e não comi), na segunda-feira, ao acordar e me olhar no espelho me perguntei como seria encarar pessoas na rua? Eu estou me sentindo obesa! Parece que engordei 30 kg. Mas a calça nº 38 serviu. Não entendo mais nada.

Na verdade, isso tem acontecido com freqüência quase diária. Há muito tempo não gosto de sair de casa. Ao menos procuro estar longe do meu convívio. Fico aqui trancada no meu mundinho. Esse aqui é o meu mundo. Eu sempre fui uma pessoa agitada, gostei de sair e até era bem extrovertida (eu acho), mas faz algum tempo que eu tenho odiado sair. Não é medo, não. É vergonha! Pra mim é uma tortura pôr os pés fpra fora. No meu quarto estou segura. Ali ninguém me critica. Ninguém repara. Ninguém fica na expectativa. Ninguém inventa programas de comilança (só de vez enquanto... hahaha).

Outro dia li a seguinte história: “uma garotinha estava visitando seus avós”. De noite, quando a avó a estava fazendo dormir, ela de repente começou a chorar e a gritar: 'Eu quero ir pra casa. Estou com medo do escuro. '. Mas a avó disse: 'Eu sei muito bem que em sua casa você também dorme no escuro; eu nunca via a luz acesa. Então por que você está com medo aqui? ' A menina disse: 'Sim, é verdade - mas aquela é a minha escuridão. Esta escuridão é completamente desconhecida. ’ Pra mim é a mesma coisa. Eu não sei se sou complicada demais ou estou com mania de perseguição. E se for pra eliminar as duas questões, sobra aquela da qual tem martelado minhas idéias - gosto de sofrer. Cada vez que saio na rua acho que todos estão olhando pra mim de maneira estranha. Claro que tento disfarçar, mas a minha máscara não funciona mais. Aliás, era aí que eu queria chegar - na máscara. Muitas pessoas já comentaram comigo sobre isso. Sobre essa máscara que temos que usar pra viver e pra poder lidar com os outros.

As pessoas esperam um comportamento nosso conforme o local e a situação em que nos encontramos. É simples. Veja só: Se vc está numa fila de banco, esperam que vc tenha paciência. Se está em amigos, esperam que esteja alegre. Se você estiver em um velório, é claro que não pode rir. Se estiver num restaurante, esperam que vc vá comer. A lógica é clara. O que conceituaram, é óbvio. É tão óbvio, que eu quis, por vontade própria, sabendo que eu iria sofrer, usar máscaras.

Porém, por alguma razão, há muito tempo que não gosto mais da minha máscara. Em algum momento da minha vida, a máscara começou a não me servir mais. Ela foi se “densificando” e começou a ficar pesada demais pra carregar. De repente, ela virou exatamente o contrário do que eu sou de verdade. Lembro do filme “O que as mulheres querem” com o Mel Gibson, que no final ele fica com a personagem da Helen Hunt porque ela era ela mesma, falava o que pensava, não fazia o papel de nada. Ela não usava nenhuma máscara. Eu cheguei à conclusão que a minha máscara não cola mais. Parece que ninguém mais acredita no meu sorriso, ou melhor, na minha máscara. Mas eu só precisava dela porque eu tinha que ser a pessoa queriam que eu fosse. Mas é difícil. Principalmente porque eu não gosto de ser “falseta” assim. Mas sou gata escaldada. Já me machuquei muito acreditando que a máscara que algumas pessoas usavam eram as verdadeiras pessoas, sabe? Acreditei que algumas pessoas se interessavam por mim de verdade, e me mostrei sem máscara pra elas. Abri me coração, confessei, chorei, rimos e até ironizamos o podre do meu eu. Mas elas estavam mascaradas. E me senti uma idiota ao perceber que elas não eram nada daquilo. Mas eu tinha mostrado meu coração, meu rosto limpo pra elas... E elas pisaram. Claro que eu tinha expectativas, então é claro que a culpa é minha. Fui ingênua. E o pior, achando que não era. Agora, porém, acho que ninguém mais me conhece por inteiro Ou melhor, minha analista conhece. Acho que não por inteira, mas sabe mais do que outros sonham. Porém, como uma amiga diz, tenho que saber e pôr em minha mente que ela é exatamente isto: Analista.

Ou seja, agora outra pessoa ou sabe da minha vida ou conhece o meu rosto. Os dois ao mesmo tempo, não. Mas acho isso um absurdo.

A minha máscara? Vou ter que moldar tudo de novo. Aquela estragou. E sem ela, só saio na rua por obrigação. Estragou e colou no meu rosto. Agora me perdi em mim mesma... Não sei mais quem eu sou... Tô tentando separar o joio do trigo. E também tenho que escolher quem eu quero ser de agora em diante. Não quero que a máscara velha e estragada domine, mas preciso de uma parte dela pra me proteger das mágoas.

O grande filósofo Nietzsche escreveu assim: “a loucura não passa de uma máscara que esconde alguma coisa”. Aí é que tá... A minha loucura é a máscara que esconde a máscara que não quero usar... Por isso que eu tô aqui isolada. Não é só porque sou feia por baixo dela, mas sim porque não quero arranhar mais meu “rosto”.

Por que eu dei essa volta toda? Porque é um absurdo eu ficar tentando me reinventar pra acreditarem que sou quem eu não sou. E pior ainda, tô nessa porque não sei mais quem sou. Tenho medo de me mostrar de verdade e me machucar, mas não quero ser quem eu era, ou quem eu inventei ser... E detestei... Porém, não dá pra ser o que sou. O que me impede de pedir um abraço, de chorar sem medo? O sorriso me impede. A falta de um colo confiavel me impede. Ao menos no meu quarto, não me encontro nesta hipocrisia toda. Aqui fora sou uma falsa. Suja. Errada. Nojenta. Uma fingida, que além de tudo, sente dor porque gosta de sofrer...


....


bjkas!

créditos essenciais à Ana Paula!


3.08.2009

FELICIDADE ANORÉXICA

Eu tava pensando sobre as várias formas das pessoas se livrarem de suas culpas. Vou partir do princípio que todo mundo no mundo se sente culpado por alguma coisa, estou certa?...(rs)
Um amigo me disse que acha que a culpa é universal. Eu concordo. Mas no meu caso, a forma de me livrar desse peso pesado é meio estranha...
Neste exato momento que estou escrevendo isto, estou ouvindo meu estômago roncar freneticamente. Estou com muita fome. Mas a sensação é tão boa... Não consegui ainda entender como uma sensação física desse tipo, que a maioria considera quase insuportável, pode me trazer uma sensação tão libertadora...


Eu conheço a minha fome tão bem... Ela tem estágios: o primeiro é aquele em que tenho uma vontade homérica de comer doces - chocolate, brigadeito, bolacha de chocolate, doce de leite, bolo, mousse de chocolate, beijinho(aquele s/ coco, por favor), pudim de leite condensado, etc., etc., etc... E essa é a pior parte. Ultrapassá-la é vencer a batalha! Se não consigo, a mia tem que entrar em ação. Depois, vem a fome que considero “verdadeira”, aquela em que dá vontade de comer arroz e feijão ou pão ou salada de tomate ou bife acebolado - prato servido em restaurantes por quilo sabe? Não é só aquela fome causada pela ansiedade. É a fome física mesmo. Mas ela é chatinha. Então é bem mais fácil de resistir... Não gosto dessas comidas mesmo... Neste momento estou passando por essa fase. Tá fácil, fácil... (Mamão com açúcar hahaha!!!) \o/ \o/
Aí, vem a fase das sobremesas... Que é a última da minha fome. Aquela que dá vontade comer laranja, morango, salada de fruta, um único bombom alpino, uma trufa ou um sorvetinho. E depois o chiclete, a bala ou um drops qualquer. Vixi, essa então, nem conto, ela é a mais fácil de passar. Aí a fome vai embora e só deixa a companhia da dor de cabeça ou um mal estar físico qualquer. Vão se os anéis ficam-se os dedos (ou a escova de dente!! Rs...). Vai-se a fome, fica a dor de cabeça...
Mas o, digamos exótico dessa situação, é que me faz sentir tããããoooo bem!

Sempre que como qualquer coisa, nem que seja meia maçã, o mundo começa a pesar nos meus ombros. Começo a me perguntar por que não sou capaz de me controlar ou de mudar o mundo. Por que não fui capaz de salvar os moradores de rua e colocá-los num abrigo, por que não salvei todos os bichinhos maltratados do mundo, por que não pedi desculpas à mulher que estava passando e pisei, sem querer, em seu pé? - mesmo que não tenha dado tempo de fazê-lo... E outros pensamentos do tipo “não deveria ter feito isso” ou “não deveria ter feito aquilo”, “não deveria ter me calado”, “não devia ter falado”, etc., etc., etc... Não sinto apenas culpa por coisas pequenas ou coisas que realmente foram causadas por minha culpa somente. Penso em coisas grandes também, em “salvar o mundo” mesmo. Sou a mais retardada, eu sei. Como se toda a culpa que por vezes carrego não fosse o suficiente, né? Sou um lixo emocional, sou desprezível. Ai, vem aquilo que a minha psicóloga disse. Eu gosto de sofrer.
Mas quando meu estômago está roncando, tudo isso vai embora. Sinto-me realmente feliz, canto - e até chego a achar que canto bem! - dou risada das piadas, tenho criatividade pra fazer um texto com humor!! Não pensem que estou escrevendo isso tudo com alguma ponta de tristeza, não! Tô com fome = tô feliz, no nirvana mesmo!!
Por isto, danem-se tudo!!! Vou é curtir a minha fome.
Outra hora eu uso o meu tempo pra pensar na “dinâmica fome = felicidade” Hoje, não!!

Bjkas!!!
^^

creditado à Ana Paula!

SIM, SÃO OS MEUS MOTIVOS.

Neste fim de semana reencontrei uma amiga do tempo de colégio.
Nos conhecemos de forma inusitada. Sabe aquela pessoa que você esbarra olha e diz: “Essa ai é metida...” Pois bem, foi com esta, que eu pré-conceituei, que vivi alguns momentos mega-sensacionais. Recordamos o quanto unidas e confidente fomos.
Relembramos nossos dias, nossas tardes, nossas surpresas, nossa necessidade de sempre sermos as “perfeitinhas”_as que tinham melhores notas, as que faziam as melhores surpresas, as que eram melhores amigas, a dupla mais admirável do colégio_ enfim, o quanto queríamos superar tudo e todos ao nosso redor.
Analisamos também o quão reclamávamos por não termos nada pra fazer, o quanto chorávamos por não termos o que hoje chamamos de responsabilidade, choravamos por nossas inseguranças...
Tudo isto me fez voltar para o que me foi dito durante a semana. Disseram-me que eu gosto de sofrer. Assim, na lata. Está certo que foi tentado jogar como se fosse uma hipótese, mas o tapa na alma foi dado. Não por minha psicóloga, mas por mim mesma. Por mais que eu admita que eu goste de ouvir verdade, não tem como negar que elas doem pra caramba. E está ai mais uma prova, pois ao gostar tanto de ouvir verdades, eu me mutilo cada vez mais. E se estas palavras mexeram comigo e me fizeram pensar, é porque não é uma suposição. Como sempre, ponto pra minha analista (tadinha, ela realmente me conhece) :DDD Mas este ponto do “tapa na alma” vai ter que ser assunto pra outro tópico, provavelmente após conversar com ela.
O que quero tratar neste post, é que percebi que nem na época em que eu me julgava feliz, eu o era de verdade. E a culpa disto é tão somente minha. Não sei bem a que ponto eu me perdi, mas as minhas amizades e minhas atitudes com meus amigos, não eram atitudes reais, entendem?
A conclusão que eu cheguei durante este fim de semana, eu considerei surpreendente, porque ela estava na minha cara, era óbvia e eu não tinha percebido ainda... É aquela coisa - quando vc está muito envolvido em algum problema, vc se enrola tanto nele que não consegue ver do lado de fora...


Eu percebi que não me odeio, mas odeio o que eu me tornei... Tornei-me uma pessoa cordata, que quase não discute mais, que não argumenta mais quando tem um ponto de vista diferente da maioria, que não briga mais pelo que quer, só abaixa a cabeça e cumpre ordens. Eu odeio gente assim, gente que é gado, sabe? Gente da modinha, gente que quer ser popular, que quer se encaixar... “wanna bes”... Que louco... no meu profile do Orkut está escrito que eu odeio wanna bes, sendo que eu me tornei uma (pelo menos não fui contraditória, né? rs...). Eu sempre raciocinei diferente desse tipo de pensamento de massa. Eu não era como todo mundo e por isso que antes eu gostava de mim. Eu era original, autêntica, exatamente por isso que eu tinha amigos que vinham me procurar. Eles queriam saber o que a doida aqui pensava!!! Eu importava pra eles justamente por ser diferente. E eu brigava e botava a boca no trombone quando eu não gostava de algo ou alguém. Não tava nem aí.

Não sei direito como eu cheguei a esse extremo contrário. Talvez tenha sido por tantas pessoas terem me criticado. Mas não sei por que eu dei ouvido a elas. Antes eu não ligava. Como eu gostava de mim, não importava o que os outros achavam. Eu me bastava. Isso me leva ao motivo da anedonia (falta de prazer em fazer as coisas) pesada e da auto depreciação que sinto... Se eu não tenho o que "inventar" - já que os outros vão pensar antes por mim e eu só vou seguir - não dá graça de fazer nada mesmo e por isso não tenho valor. Por vezes pareço aquelas retardadas sem criatividade, sabe? Dia destes perguntaram o porque de eu estar quieta numa reunião. A primeira coisa que pensei foi: “Falar o que se não vão aceitar minhas idéias?” então, apenas sorri, e fiz exatamente o que me pediram, tentando fazer com perfeição. Meu, eu era "nervosinha", bravinha, não sabia ficar quieta, sabe? Isso deve ter me prejudicado em algum ponto e resolvi mudar. Putz, foi a pior coisa que fiz... Achei que resolver as coisas de uma maneira mais "normal" seria mais fácil, que depois de um tempo eu me acostumaria e isso seria o normal pra mim. Pois é, calei a mim mesma. Por dentro, ainda fico com raiva de muitas coisas e não concordo com elas, mas mando essa parte calar a boca e isso só vai acumulando e eu vou virando uma panela de pressão. Algumas vezes essa panela explodiu, literalmente, e isso me levou a atitudes que me desagradam de maneira vergonhosa. Coisas que eu poderia ter resolvido diferente e bem melhor. Seria mais fácil. Mas EU não quis o mais fácil. EU preferi sofrer. A culpa foi minha.

Eu aceitei e guardei por dentro a mágoa de pessoas que pisaram em mim de uma maneira humilhante, mas eu já estava tão acostumada a essa porcaria que me transformei, que não quis nem me defender. Como criticar pessoas podres e odiosas se eu mesma virei uma desse tipo?

Eu queria ter me transformado numa pessoa que não fosse taxada de radical, extremista. Tentando analisar a situação cruelmente, tentando “ver de fora”, eu não queria ser vista como “tal mãe, tal filha”. Queria (quero) ser doce, tranqüila. Queria ser apazigüadora. Mas essa não é a minha essência. Não está dentro do meu eu verdadeiro. Virei um rato de laboratório dos outros, uma cobaia. Eu mesma me impus isso... Qualquer um poderia fazer qualquer coisa comigo que eu não acharia que a pessoa estava errada. A culpa era minha. Sempre era minha. Só que muitas vezes eu nem sabia porquê.

Eu fui usar uma máscara pra poder conviver na sociedade, só que a máscara resolveu ( eu deixei) tomar o meu lugar. Eu virei a máscara e esqueci quem eu era. Não sei se vai adiantar muito cavar até encontrar o começo disso pra eu poder fazer o caminho reverso, mas tenho agora que pensar no método pra eu voltar a ser eu mesma.

É isto ai... Esse fim de semana foi massacrante. Mas produtivo.
Ainda estou dissolvendo o meu "tapa na alma"... Acho que algumas coisas irão mudar. Ao menos hoje, eu sei pra onde eu quero que a anorexia e a bulimia me levem...;)

Bjkas!!!

^^

primeiro crédito à Ana Paula!